Post mortem
Você morre e a vida segue. A sua, a dos seus.
A sua segue diante de uma nova perspectiva, não se pode saber exatamente qual será ela.
A dos seus segue exatamente igual, exceto pelo tempo de consternação e adaptação à sua ausência.
A vida nunca acaba.
Os seus dirão que você fez falta, prestarão homenagens, chorarão.
Os mais distantes se comoverão só por um dia, no outro postarão fotos sorridentes, como se o ontem não tivesse existido, você também não.
Adapte-se à ideia de que o tempo cura todas as feridas, ninguém chorará eternamente a sua falta e está tudo bem. Um dia você será só uma lembrança e mais adiante será completamente esquecido.
Portanto, sua vida lhe pertence. O que você faz com ela é da sua conta, somente. Pare de ficar tentando agradar ao mundo, pois quando você partir sua memória será diluída no tempo, e o que você fez, a não ser que tenha grandiosidade, cairá no esquecimento.
O nome disso é efemeridade. Assim é a vida, meu caro, ninguém é eterno no plano físico, tudo isso aqui é uma grande ilusão, portanto viva por você, não pelos outros, não pelo que eles vão pensar. Faça por eles o melhor que puder, com o máximo de altruísmo, mas sem achar que eles lhe devem alguma gratidão ou homenagem póstuma, porque um dia, invariavelmente eles vão se esquecer o que você fez. Faça por eles algo que venha a nutrir o seu espírito e não espere nutrir o deles, porque cada pessoa é diferente e o bem que você faz nem sempre será agradável a quem recebe, faça o bem mesmo assim porque o maior beneficiado é você mesmo.
Viva melhor por você e assim você estará contribuindo para que o mundo seja melhor, para que no futuro as pessoas possam ter mais esperança.
Mas saiba que da vida só podemos esperar uma vida nova, no futuro, em outro lugar. Esse lugar aqui, é passageiro.