Toda morte deve ser sentida
Estamos vivendo um país de polarização. Um verdadeiro Fla x Flu. Tudo é motivo para partidarizar as coisas. Seja BBB, futebol, pandemia. O que não seria diferente na questão de morte. Ficam agora debatendo, qual morte deve ser sentida. Paulo Gustavo morreu e o Brasil parou numa grande comoção. Aí logo no mesmo dia numa creche em Saudade (SC), Jerônimo Ferreira levou duas facas e matou a professora Keli Adriane e mais três crianças e uma funcionária. Foram cinco gopes de facão.
Teve gente nas redes sociais que ficou chateado porque a mídia deu atenção a morte do ator/humorista e não tanto as pessoas dessa localidade.
Todas as vidas são importantes. Todos sentimos as mortes. Mas o fato de ter um foco maior no personagem global é que ele já vinha agonizando a dois meses e era uma referência do humor e estavamos acostumados a ver ele nas telas, da tv e do cinema. E foi bem perto do fim de um reality que estava a 100 dias no ar.
Agora as pessoas querem virar fiscal de sentimentos. Querem ditar até a nossa comoção. Por quem devemos ou não chorar. O importante é que os sobreviventes sejam consolados. E que haja amor em cada pessoa que visitar o parente do ente querido que faleceu. Vamos nos humanizar mais, deixar os ranços de lado.