APOSTASIA.O HOMEM VÊ APARÊNCIAS, DEUS O CORAÇÃO.

"…Deus não vê como o homem vê, o homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração" (I Samuel 16.7).

Há uma certa apostasia nos mutilados do coração que o cérebro reprisa, o interior, alguns confessos sem culpas, seguros em viver vida vazia, prazeres sempre bem vindos, mesmo que em antinomias, comezinhas práticas, pois são pequenas diante da grandiosidade do interior. Ele precisa ser descoberto em sua vastidão. Inebria; se achado engrandece o exterior. Passa-se a conhecer seu tamanho. Se vê mais, se vive com mais intensidade a matéria.

Pulula no reino da imaginação infértil, o reverso, congraçado na exterioridade em diminutas ofertas diante da fortuna doada pela alma, que um dia se vai em espírito. É um anfiteatro pobre o exterior, de mostras e posturas miúdas, ou excedentes, que nada acrescem, um cursar e alienar, adquirir o supérfluo, que não soma. A alma quer mais. Por vezes as beleza dos grande gênios avaliadas, vistas e vividas, penetram esse interior e o expandem. É o único meio exterior de dimensionar um interior cheio, com as medidas favorecidas, alargadas, enobrecidas de visão.

O perigo do apóstata, sua ruína, é a irreversibilidade de um estado que não percebe, a insciência é o lacre, viveu sempre nele e está enredado, aprisionado, embora sem algemas visíveis, mas são fortes. Seus limites não redimem ou salvam. E não os conhece com amplitude. Lhe falta centro anímico, e verbo farto, consciência útil nas convicções.

Sua condição de cristão verdadeiro é aparente. O Cristo é miragem e assim permanece. Mas não causa dano a ninguém o hiato, senão a si mesmo. Uma vida suprimida da integralidade possível, restrita em paróquia asfixiada, acreditada ser larga, e nada encontra no interior nunca descoberto, por desrazões inofensivas para a vizinhança frequentada. Não há mal de proporção, somente vazio cinzento, caricaturalmente distinguido nas amarras desconhecidas, claras e transparentes nas lentes mais penetrantes. Como o diamante, corta sem poder ser cortado.

Na cegueira da razão vê pouco do espaço que pensa muito. Não há solidez, mas publicidade que vem de nonadas e não alcança o espaço luminoso. Para crer e viver o credo é preciso ser, e o ser não avança em exterioridades ou manifestações “erga omnes”, mas no gigantismo do sacrário interior, oráculo pessoal onde nasce e promana a imagem acolhida de forma verdadeira, truista por etiologia sem máculas, e sem pretensões de vestalidade.

Mutilado da percepção que andeja sem rumos, se movimenta crendo estar em estrada segura, e sucumbe na voracidade do tempo.

Umas após outras vidas diluídas no tormento dos tempos, muitas voltadas para exterioridades, viajarão no barco de Caronte, conhecido até por Papas. O que fica somente – nota histórica permanente – não é o império de uma força, interior, mas as maravilhas de seus efeitos. Um predestinado, somente ele, redime um século de turbulências e desencontros. Estão aí muitos assim egressos mostrando o caminho por seus legados.

Simplesmente e luminosamente, ele é uma vida de verdades que compensa uma era de dissipações e tumultos. Nasce do interior essa força que a história ensina como vértice da humanidade.

John Stott, teólogo e escritor, mostra o que é essência e estar ela no Sermão da Montanha. Apelou Cristo aos seus seguidores para serem diferentes de todos os demais. "Não sejam iguais a eles", disse Jesus (Mt 6.8). Essa distinção está em quem acha ou não verdadeiramente e sem subterfúgios seu interior, e assim, O CRISTO

“O reino que Cristo proclamou deve ser uma contracultura, exibindo todo um conjunto de valores e padrões distintos... e conclui com um desafio radical para que se escolha o caminho Dele.”

"…Deus não vê como o homem vê, o homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração" (I Samuel 16.7).

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 05/05/2021
Reeditado em 07/05/2021
Código do texto: T7248710
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