Escrever e Amar
JAMAIS vou negar que sou alguém preocupado com o seu país, seu povo, com a situação difícil que atravessamos. De vez em quando até me bate um desalento. São demais os perigos deste momento.Há muito sofrimento. Nega isso seria um absurdo. Não sou negacionista. Deus me livre.
No entanto, apesar das dificuldades e sofrimentos, precisamos tentar nos acalmar e até no distrair. Sim, nos distrair, se não buscarmos algum tipo de distração ou atividades que nos afaste de ficar o tempo todo ligado nos problemas e dramas, podemos entrar em depressão. Não é preciso ser psiquiatra ou analista para chegar a essa conclusão. Basta examinar o que sucede ao nosso redor, os sofrimentos de amigos, parentes e conhecidos. E se ficarmos ligados aos noticiários o tempo todo...
Também acho que não devemos entregar os pontos e nos alienar buscando a autoajuda, meditações, ioga e rezando o tempo todo. Precisamos é desopilar, tentar buscar uma diversão, uma atividade. Por isso leio, assisto a filmes, ouço música, faço palavras cruzadas e escrevo. Detalhe: jamais banco o sisudo,o triste, aqueles que ficam esperando pelo pior. São agourentos. Juro.
Que fique bem claro que não estou criticando ninguém. Mas apenas defendendo a distração.Pelo menos tentar se distrair para não encucar, não desesperar. Acho ainda que temos que sonhar e pensar no amor. Amore. Ouvir Volare.
Sempre relembro um trecho de uma crônica do saudoso Antonio Maria:
"No mais tudo é menor. O socialismo, a astrofísica, a especulação imobiliária, a ioga... Tudo é menor. O homem só tem duas missões: amar e escrever à máquina. Escrever om dois dedos e amar com a vida inteira". Bingo. Inté.