Eu estava lá!

Ainda me lembro do nosso primeiro encontro.

Amei-O desde então!

Amei-O com o coração!

Amei-O com imensa gratidão!

Amei-O com a minha maior devoção!

Nasci em Magdala, na Galileia, mas a minha casa tornou-se a estrada poeirenta e pedregosa da Judeia e também da Galileia acompanhando aquele que me libertara da possessão do mal.

Tudo aconteceu tão rapidamente que eu nem me apercebi da Sua autoridade e poder para me livrar da opressão; e eu me sentia, agora, completamente livre para segui-lo por onde quer que fosse!

Não foi uma aventura amorosa como as más línguas permitiram fosse propagado no futuro. Nunca falei com ninguém sobre isso, mas passaram a me identificar como adúltera e mulher pecadora. Embora ninguém tenha me perguntado, preciso dizer que não fui adúltera e nem passei a caminhar com Ele por interesse. Na verdade, foi pura gratidão, movida pelo reconhecimento do Seu amor e da Sua autoridade.

Lembro da ocasião em que Ele, rodeado pela multidão entrou na casa de Jairo e concedeu vida nova à sua filhinha que havia recém falecido.

Eu estava lá! Não subi ao quarto; com Ele, apenas os pais da menina,  Pedro, Tiago e João, mas quando saíram do quarto na companhia da garotinha, que espanto! Que alegria! Eu estava presente e posso confirmar que o Seu poder venceu a morte!

Dias se passaram. Meses se foram e eu O acompanhava extasiada diante do que via acontecer dia após dia. Vi cegos enxergarem; vi aleijados se levantarem da própria cama; vi leprosos serem purificados da sua enfermidade que os afastava do convívio social e da própria família; vi outros que, à semelhança do que ocorreu comigo, foram libertos da opressão do Maligno. E tudo isso por causa da Sua autoridade e poder.

Quando essa autoridade foi questionada pelas autoridades eclesiásticas e teólogos da Lei, os academicistas fariseus, saduceus e os herodianos, Ele simplesmente não lhes deu a menor atenção e continuou demonstrando o Seu poder fazendo sinais nunca dantes vistos em Israel.

Era incrível! A tudo eu observava e cada vez mais eu me convencia de que havia feito a melhor escolha para a minha vida.

Um dia, os próprios familiares dEle quiseram levá-lo à força de volta para a Judéia, mas, olhando para a multidão e para os discípulos Ele disse:

“Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe."

E eu estava lá, contada entre os que O seguiam, ouvindo os Seus ensinamentos e, agora, considerada a Sua família! Fico emocionada ao afirmar isso.

Fico ainda mais emocionada quando lembro que um dia, estando eu hospedada em Jerusalém, chegou a notícia de que Ele havia sido preso, acusado de traição e blasfêmia, julgado, condenado e caminhava tropegamente, ferido pelas chibatadas dos soldados romanos, na direção do monte do Calvário, um lugar hediondo cheirando a morte carregando às costas a própria cruz onde haveria de morrer crucificado.

Corri para fora junto com minhas amigas e acompanhei-O no seu martírio. Não contive as lágrimas quando Ele clamou aos céus que perdoasse os seus algozes porque estes não tinham a menor ideia do que estavam fazendo.

Quanto amor, meu Deus!

Quanta ternura!

E lá estava eu, onde permaneci até que o seu corpo foi retirado da cruz para ser sepultado. Acompanhei os que o levaram para ver onde o sepultariam, pensando em retornar no domingo para prestar minhas últimas homenagens a Ele que tanto amor demonstrara a mim e à multidão.

De manhãzinha, ao nascer do sol fui ao sepulcro junto com Salomé e Maria, a mãe de Tiago carregando perfumes e especiarias para ungir o seu corpo. Qual não foi a nossa surpresa ao nos depararmos com o túmulo aberto e vazio!

Entramos na caverna que lhe serviu de tumba e um jovem, todo vestido de branco nos informou que Ele havia ressuscitado. Salomé e Maria voltaram correndo para anunciar aos discípulos o que acabaram de ouvir, mas eu ali permaneci.

Saí da caverna e fui chorar um pouco adiante quando ouvi a voz do jardineiro me perguntando pelo motivo do meu choro. Eu lhe respondi perguntando se fora ele que havia retirado o corpo da tumba, e se foi ele, para onde fora levado.

De repente, identifiquei a voz terna e amorosa chamando-me pelo nome: Maria!

Voltei-me e reconheci-o. Quis abraçá-lo, quis segurá-lo em minhas mãos. Quis beijar-lhe os pés reverentemente! Quis fazer um monte de coisas, tal era a minha alegria. Mas Ele disse: "Vai dizer a meus irmãos que eu os encontrarei na Galileia, antes de voltar para o meu Pai que também é o Pai celestial de vocês."

Vários anos já se passaram desde que essas coisas me aconteceram. Estou pronta para partir ao encontro do meu Jesus de Nazaré.

Sei que pode parecer fantasioso e os críticos ainda hoje questionam todos esses acontecimentos. Mas segundo dizem, uma determinada história será considerada autêntica e verdadeira, na medida em que as fontes de informação estiverem mais próximas do evento. São elas as chamadas "fontes primárias".

Pois então, por que a dúvida? Por que as pessoas de modo geral não crêem na história de Jesus de Nazaré?

Por que colocar em dúvida a sua morte e ressurreição? Por que não crer no poder e na autoridade do Filho de Deus?

Meu amigo. Creia em Deus. Creia em Jesus, o Filho de Deus. Como eu, faça para você a melhor escolha da sua vida. Seja um seguidor de Jesus!

Eu sou Maria Madalena. Nasci em Magdala na Galileia e passei a seguir Jesus crendo nEle como o Messias de Israel e Salvador de todo aquele que nEle crê. Eu sou fonte primária de informações.

Afinal, eu estava lá!!!

Oniel Prado

Outono de 2021

28/03/2021

BSB/DF

Oniel Prado
Enviado por Oniel Prado em 03/05/2021
Reeditado em 25/10/2021
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