Tempos novos!
O dia começara bem, muita gente pelas ruas, a promessa de um movimento melhor na renomada galeria comercial.
Ela tinha o costume de admirar, de conversar com as pessoas, em especial os homens bonitos, que era seu ponto fraco, preferencialmente numa idade dentro de suas perspectivas.
Com um pouco mais de trinta anos, era uma mulher negra, agradável e muito bonita, costumava deixar muitos machos abobalhados com a sua presença, motivo que a deixara sempre de bom humor, e bastante confiante, no entanto, ainda não havia encontrado sua cara metade, ainda não desistira de ainda descobrir o seu príncipe, diariamente via alguns bem interessantes, na maioria devidamente acompanhados pela cônjuge, sempre imaginava que um dia um desses, em especial os solteiros, lhe retribuiria a afeição.
Por vezes ficava olhando-os passar em frente ao seu estabelecimento comercial, almejando que parassem um pouco, quando havia reciprocidade no olhar arriscava um sorriso discreto e por vezes, uma breve e agradável conversa, bastante comunicativa, sempre atenta aos detalhes, não seria diferente com aquele cliente que, que parara em frente à vitrine da loja, atraído pelas bem posicionadas cestas de produtos decorativos para presentes, como, jarros, flores e afins, e, que ao seu convite adentrava na loja, um moço bonito, de pele clara e cabelos ondulados, fica encantada com aquela agradável presença masculina, da educação e a amabilidade em sua voz, uma raridade nesses tempos.
Discretamente o observa em detalhes, ao ver em sua mão esquerda o sinal de um compromisso, sente-se como que atingida por um balde de água fria em suas pretensões, o que a deixou menos entusiasmada, mas com grande atenção o escuta, sempre cortês, ele o continua a conversa, se mostra interessado por um produto, fala que esperava alguém, que estava ali perto, e logo iria chegar para decidir sobre a compra, que o mimo, certamente estaria ao seu gosto. Ela continua contemplar a presença dele, lamentando a pena, ao perceber que já tinha dona.
Passados alguns minutos, e após algumas pessoas entrarem no recinto, alegremente ele acena para alguém entre estas, ao ver a convocação, ela tenta adivinhar quem atenderia esse carinhoso sinal, seguramente uma bela e felizarda mulher, merecedora daquela espécime rara.
Por alguns instantes ela se encosta na prateleira de mercadorias, ao sentir as pernas fraquejarem pela tamanha surpresa, ao ver se aproximar outro homem, moreno, também, igualmente admirável, tenta disfarçar a surpresa ao ver brilharem os olhos do moço que conhecera há pouco, ele cumprimentando carinhosamente a pessoa esperada, com a maior naturalidade pega um lindo arranjo de flores escolhido anteriormente.
_Veja amor, o que reservei, reservei para você! Gostou?
De mãos dadas, numa total cumplicidade, naturalmente conversam, sem preocuparem-se com os demais clientes, e, ou suas opiniões sobre o feliz casal.