Chegou Sua Hora!
Um pouco mais de um ano passou e quantas coisas foram ficando para trás. Tem coisa que a gente deixou de fazer e nem percebemos até que chega o grande momento, o dia mais esperado do ano: O dia da primeira dose da vacina contra a Covid-19. Esse dia será lembrado, assim como guardamos todas as nossas primeiras vezes. Esse dia vai ficar para sempre na história.
Hamilton acordou naquela manhã como se fosse o primeiro dia da sua vida. Que ironia do destino querer pregar uma peça com o grupo de 68 anos ou mais. Sem brincadeira, caro leitor. A data escolhida para o grande dia:
1° de abril.
A ansiedade era tanta que Hamilton nem fez questão do seu desjejum. Pulou o banquete daquela manhã, mas não abriu mão de uma xícara de café preto bem adoçado.
Antes de sair pela porta da frente se lembrou da companheira inseparável. Não poderia deixar de colocá-la, principalmente nesse dia, numa ocasião tão especial como esta. Se não a levasse, na certa receberia um puxão de orelha de uma das enfermeiras. Hamilton, Hamilton, Hamilton! Que vergonha seria! No auge dos seus quase 72 anos brincando com a sua saúde, menino!
Foi logo vasculhando a gaveta do criado mudo reservada para sua meia dúzia de máscaras e seus sei lá quantos lenços todos brancos e bordados a mão pela sua amada e falecida Kátia. As iniciais KH estavam registrados em cada lenço que jurou guardar até o fim da vida. Como desfazer dos seus fieis lenços Presidente? Jamais! Respirou fundo e deixou aquele pensamento triste de lado, afinal das contas, hoje era dia de festa!
A máscara escolhida foi uma de estampa alegre e colorida com pirulitos, brigadeiros e balinhas que ganhou da sua única e doce filha, Marília. Saiu do quarto, mas deu meia volta. Havia esquecido algo. Não era detalhe pequeno. Era algo que havia deixado de fazer durante toda pandemia e hoje, não tinha como deixar passar em branco. Hamilton foi seco em direção à comoda onde seu frasco de Très Brut de Marchand se encontrava. A ocasião pedia algo especial e nada melhor do que aquele perfume que o deixava sedutor, sexy e safado do jeito que sua falecida lhe atiçava logo após tê-lo passado em toda face. Como aquela mulher gostava desse perfume!
Quem sabe, não seria má idéia exagerar um pouco no perfume. A mulherada sempre agradece.
Afinal de contas, estava comemorando o Dia V.
V de vacina, sim! Não de vacilão.
Um pouco mais de um ano passou e quantas coisas foram ficando para trás. Tem coisa que a gente deixou de fazer e nem percebemos até que chega o grande momento, o dia mais esperado do ano: O dia da primeira dose da vacina contra a Covid-19. Esse dia será lembrado, assim como guardamos todas as nossas primeiras vezes. Esse dia vai ficar para sempre na história.
Hamilton acordou naquela manhã como se fosse o primeiro dia da sua vida. Que ironia do destino querer pregar uma peça com o grupo de 68 anos ou mais. Sem brincadeira, caro leitor. A data escolhida para o grande dia:
1° de abril.
A ansiedade era tanta que Hamilton nem fez questão do seu desjejum. Pulou o banquete daquela manhã, mas não abriu mão de uma xícara de café preto bem adoçado.
Antes de sair pela porta da frente se lembrou da companheira inseparável. Não poderia deixar de colocá-la, principalmente nesse dia, numa ocasião tão especial como esta. Se não a levasse, na certa receberia um puxão de orelha de uma das enfermeiras. Hamilton, Hamilton, Hamilton! Que vergonha seria! No auge dos seus quase 72 anos brincando com a sua saúde, menino!
Foi logo vasculhando a gaveta do criado mudo reservada para sua meia dúzia de máscaras e seus sei lá quantos lenços todos brancos e bordados a mão pela sua amada e falecida Kátia. As iniciais KH estavam registrados em cada lenço que jurou guardar até o fim da vida. Como desfazer dos seus fieis lenços Presidente? Jamais! Respirou fundo e deixou aquele pensamento triste de lado, afinal das contas, hoje era dia de festa!
A máscara escolhida foi uma de estampa alegre e colorida com pirulitos, brigadeiros e balinhas que ganhou da sua única e doce filha, Marília. Saiu do quarto, mas deu meia volta. Havia esquecido algo. Não era detalhe pequeno. Era algo que havia deixado de fazer durante toda pandemia e hoje, não tinha como deixar passar em branco. Hamilton foi seco em direção à comoda onde seu frasco de Très Brut de Marchand se encontrava. A ocasião pedia algo especial e nada melhor do que aquele perfume que o deixava sedutor, sexy e safado do jeito que sua falecida lhe atiçava logo após tê-lo passado em toda face. Como aquela mulher gostava desse perfume!
Quem sabe, não seria má idéia exagerar um pouco no perfume. A mulherada sempre agradece.
Afinal de contas, estava comemorando o Dia V.
V de vacina, sim! Não de vacilão.