O ROUBO NO OSCAR DE 99
No dia 21 de março de 1999, houve um dos maiores roubos da história do Oscar, a grande e mais famosa cerimônia de premiação cinematográfica, o famoso Oscar dado a Gwyneth Paltrow pelo seu papel em Shakespeare Apaixonado contra a Fernanda Montenegro pelo seu papel em Central do Brasil. O prêmio dado a Gwyneth Paltrow não foi justo, pelo contrário, foi injusto, por mais que ela tivesse feito uma enorme atuação nesse filme, ela era a indicada mais fraca, tanto que as apostas eram a Cate Blanchett pelo seu papel em Elizabeth.
O escândalo começa com um nome pesado e sujo, Harvey Weinstein (Ex-produtor e atual presidiário) e sua produtora Miramax. Ele queria ganhar suas primeiras estatuetas e traçou uma esperta e suja estratégia para consegui-la.
“Ele queria ser um dos grandes magnatas do cinema e, para isso, tinha que ganhar um Óscar. Usamos o manual de “O Paciente Inglês”, mas com esteroides, numa estratégia assassina: tudo fora de horas, com exigências ridículas e inacreditavelmente loucas”, conta Mark Gill, na época presidente da Miramax, a produtora fundada pelos irmãos Weinstein.
Harvey fez um plano maléfico para sabotar Spielberg e a Dreamworks e, infelizmente, conseguiu concretizá-lo. Seu plano envolvia a tentativa sucedida de sabotagem ao Resgate do Soldado Ryan, jantares com o elenco e a academia, telefonemas, maior exposição e campanha de Shakespeare Apaixonado, assim tentado fazer seu filme sobrepor o sucesso e qualidade do filme de Spielberg.
A investida comercial feita por Harvey, nos filmes de sua produtora que concorriam o Oscar, superou a investida feita por outras produtoras para os seus filmes, incluindo a investida em cima de Central do Brasil, fazendo assim a facilidade de seus filmes ganharem um Oscar, incluindo outra vitória em cima do querido filme brasileiro, a vitória de A Vida é Bela na categoria de melhor filme estrangeiro.
Harvey queria tanto o Oscar de melhor filme e o de melhor atriz que contratou publicitários da Academia para fazer uma campanha para Shakespeare Apaixonado e para desconstruir O Resgate do Soldado Ryan. A promoção que Harvey estava fazendo, em 1999, era tão grande que, em janeiro, daquele mesmo ano, ele fez eventos enormes para o filme que não tinham sido vistos até aquela época no Oscar. Assim, foi ganhando pontos na academia, porque, em alguns eventos, os membros da academia se encontravam cara a cara com o elenco de Shakespeare Apaixonado.
Harvey não parou por aí, ele ainda comprava os votos enviando presentes aos membros da academia, presentes caros para poder direcionar um voto em um filme, ligava também para cada membro da academia e perguntava se gostaram do filme e o que acharam dele e eles (no caso a Miramax) falavam que era um filme ''oscarível'' e que poderia ganhar melhor filme. A Miramax buscava criar relações amigáveis com os membros para servir como um tipo de suborno.
A manobra suja e desleal feita por Harvey mesmo sendo errada, era uma estratégia genial para se ganhar um filme em função de sua exposição. Ele ainda chamou todos os veículos de imprensa e passou 45 minutos do filme, isso em novembro, quando o filme não estava pronto. Assim que acabava a sessão, Harvey perguntava para cada jornalista o que havia achado do filme e, depois, falava que poderiam ver o resto, em dezembro, quando estivesse pronto, ou seja, ele criou uma enorme expectativa da mídia, pois esses 45 minutos, eram a melhor parte do filme, no caso os 45 minutos iniciais.
Spielberg e todos os outros indicados não fizeram isso, diferenciando o filme e fazendo-o se parecer melhor e diferente a cada argumento, porque, cada vez que se falava em Shakespeare Apaixonado, lembrava-se de sua campanha de exibição.
O plano maléfico de Harvey não havia acabado, ele mandou para todos os membros da academia o filme dele em VHS porque se ele lançasse o filme, no cinema, iria demorar muito e, talvez, nem pudesse participar do Oscar. Naquela época, se tu enviasses um filme a alguém como ele enviou, o filme era pequeno, porque filme grande tu vias no cinema. Ele enviou o VHS para ter certeza que todo mundo fosse ver o filme e, como ele era um filme bom, isso revolucionaria a distribuição dele.
Assim, naquele ano, os filmes da Miramax levaram a maioria de seus prêmios indicados, mas essa vitória se deve muito ao divulgamento comercial e ao dinheiro investido nas campanhas de seus filmes, fazendo outros filmes perderem seus prêmios merecidos, por causa do dinheiro e a sujeira de Weinstein. As derrotas de Cate Blanchett e Fernanda Montenegro aconteceram por isso, o dinheiro e a estratégia maléfica de Harvey Weinstein.
A minha opinião é que essa sujeira para a Miramax se dar bem no Oscar daquele ano, foi um grande roubo, movido pela ganância e pelo poder. Fernanda Montenegro merecia aquele Oscar e a Cate Blanchett também. Fico triste de ver que o dinheiro moveu aqueles votos e que a estratégia do podre e do péssimo Harvey Weinstein havia funcionado. Mesmo sendo uma das piores pessoas que já existiram no mundo, ele revolucionou o Oscar e montou um plano maléfico genial.