Rangel e Larissa (Casal Maravilhoso)

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

"O vício afasta o dependente químico da sociedade e destrói todos os vínculos familiares, essas são umas das consequências que às drogas trazem para vida de quem é usuário.

O nosso projeto busca reconstruir esses laços na vida dos nossos resgatados, pois acreditamos que a família é muito importante no tratamento e na recuperação deles..." -- Marcos Bastos

Percebe-se que geralmente, as pessoas inicialmente acolhidas nesse espaço de convivência se mostram com uma alto estima zerada.

Acanhadas, olham os seus interlocutores debaixo para cima. Pela identidade perdida, maus tratos recebidos há anos de vivência no meio desumano, que estavam inseridas. -- Por se sentirem, rejeitadas, excluídas de alguma forma pela sociedade.

Com os cuidados prestados, por profissionais afins, diretoria, irmãos de tratamentos, apoiadores locais, remotos, assistência religiosa, carinho e amor recebido do projeto, do Pai Marcos, de repente as coisas mudam de lugar…  

O aspecto físico é revigorado, com a folga do organismo sem drogas e, alimentação farta, saudável... O astral deles se eleva grandiosamente.

Com a saúde restabelecida, a convivência sadia, a alegria de viver volta com tudo. Algo visivelmente, estampado, no semblante e sorriso de cada um.

A identidade, antes perdida, volta a evidenciar-se, na satisfação deles.

"Um coração alegre aformoseia o rosto." -- Bíblia.

Voltemos ao título do texto...

Amamos a todos os integrantes dessa casa de apoio aos moradores de rua de Manaus (os filhos do Pai Marcos), mas esse casal (Rangel e Larissa) é muito especial...

Há de se pensar que nasceram um para o outro.

Tanto ele como ela, nos cativaram muito facilmente, com a humildade, o jeito de ser. O carinho e o amor que recebem da instituição logo a devolvem.

Não dá  para imaginar o quanto esse casal sofreu no seu perambular pelas ruas da capital amazonense.

A Larissa sobrevivera 10  anos de sofrimentos, ininterruptos nas ruas. A catar materiais recicláveis…  

A carregar um enorme saco de latas  de alumínio nas costas. -- O Pai lutou uns três anos com ela a convencê-la deixar aquela vida de dependência química.

O Rangel muito antes de chegar à casa do Pai já possuiu o seu bom carro e, espiritualmente esteve bem, mas voltou ao mundão e perdeu tudo...

No seu viver nas ruas, nos vícios, nos envolvimentos com  tantas coisas ruins, sofrera 28 tiros duma arma de fogo. Sobreviveu 9 anos com uma bolsa de colostomia presa ao corpo, onde fazia as suas necessidades fisiológicas por ela, a sofrer humilhações...

Larissa seu amor, nem assim o abandonou ou desistiu dele.

O Pai Marcos como o faz com os demais filhos. Cuidou e cuida, muito bem do Rangel com um quarto só para ele. Com pouco tempo na casa compadeceu-se muito da sua situação e providenciou as cirurgias que o seu caso requeria. -- Foram um sucesso; graças a Deus! -- A Larissa sempre ao seu lado, no apoio, no carinho, nos cuidados...

A Larissa gosta muito de louvar a Deus e o Rangel é bastante talentoso no que faz. Um instrumentista múltiplo, de mão-cheia.

Toca violão, contra baixo, guitarra, teclado, sanfona e no culto de agradecimento, no prédio novo do projeto, nos surpreendeu grandemente como baterista do evento!

Caíram na graça de todos nós, com os seus dotes de levitas.

Fiz minhas as palavras duma internauta apoiadora do "Projeto Pai Resgatando Vidas"  que no original eram direcionadas ao Rangel e as fiz serem extensivas também à Larissa e aos outros integrantes do tratamento.

Esses nossos irmãos amados, "filhos do Pai Marcos..."

"Estão na luta, na busca por forças em Deus para vencer as tentações...

Continuem assim, que vocês irão vencer.

Nunca decepcione esse Pai que lhes estendeu a mão amiga, no momento que vocês mais precisavam. -- Não sejam ingratos com ele.

Porque esse pai sim, depois de Deus, é um amigo verdadeiro, na vida de todos da casa. Deus lhes abençoe e fiquem com Ele firme na rocha!"

*Nemilson Vieira de Morais

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(28:04:21)

Texto com base nas lives do Marcos Bastos.