Perfil de um Socialista, Frustrado!
Estou preocupado, venho tendo uns sentimentos que são dignos de análise. Mal cheguei aos vinte e já tenho manifestado sintomas da famosa “crise dos trinta”.
Alguns anos atrás tinha como única preocupação saber qual o próximo capítulo da nova série, quem seria o adversário a perder do verdão na próxima rodada do campeonato. Até então, minha noção de sociedade era baseada em “Springfild”. Hoje, já penso em legado, morte, casamento, filhos...muitos filhos, e na TV as poucas coisas que ainda chamam minha atenção são aqueles programas que, normalmente, nossos pais assistem, tentando nos convencer da importância cultural e política no desenvolvimento social. Muito estranho! Confesso que ainda dedico algumas horas como telespectador de Homer e sua família, que ainda vibro, fielmente, com as vitórias alviverdes, mas é diferente...agora, vejo como uma rápida saída de escape desse imundo mundo real, só isso!
Critico tudo, discordo, tento mudar. Acho que ando com uma espécie de TPM social, só pode! Outro dia sonhei que, friamente, planejava uma chacina no senado: guilhotinava um a um, com exceção do Renan, o qual preferi [não sei porque], à base de biodiseal, incendiá-lo em plena sessão, me sentia realizado. Eu disse! quando falei de análise não estava exagerando.
Acuado pelo tal futuro, o sinto mais próximo que nunca, ainda com metade da faculdade a concluir já me peguei várias vezes sendo rondado pelo fantasma do desemprego. Já estou pensando no “plano B” de minha vida profissional, antes mesmo do “A”.
De educação verticalmente adestrada, fui promovido à condição de Socialista declarado, extremista de esquerda, discípulo do “Che”. Agora, todos os anseios e planos são ditos e escritos no plural, mesmo que não sejam ouvidos ou lidos. Na verdade, nunca são lidos, ouvidos e muito menos compreendidos, não entendo o porque da insistência, mas continuo a insistir. É mais forte, fisiologicamente indomável. Preocupa-me.
Parece brincadeira, mas estou conseguindo ver até mesmo, além dos aparatos físicos das mulheres: seios recheados, glúteos sarados e empinados, curvas delineadas, piercing no umbigo... já não são fatores decisivos para meus novos, e inexplicáveis, instintos de macho patriarca.
Definitivamente estou assustado com esse meu momento sócio-sexualmente correto, acho que tudo isso é fruto do meio, morando na “Capital da Amizade” só poderia estar contaminado pelo característico fervor de cidadania e desapego ao material, típico local.
Mudar-me daqui não posso, ainda, mas uma coisa me deixa aliviado: mais uma edição do BBB está chegando, só assim poderei balancear minha taxa cultural. Diariamente!
Que alívio! Não vejo a hora de voltar a ser “NORMAL” e poder dar uma “espiadinha”.