FIM DE CICLO
Avenida Farrapos, Porto Alegre. A longa artéria que liga o Centro ao Aeroporto já foi, por décadas, o "paraíso" do prazer na cidade.
Em seu percurso, letreiros de neon enfeitavam a noite. Neles despontavam nomes como Madrigal, Kalesh, Gruta Azul. Boates repletas de lindas garotas ornamentando a night porto-alegrense.
Sonho de consumo da rapaziada e dos novos ricos vindos para a Expointer, a festa da agropecuária, virou um território fantasma.
Boates estão fechadas, há tempos. Bares e afins, também.
Na região da Praça Florida, o baixo meretrício, ainda, subsiste, as paradas de ônibus, à noite, seguem vazias pela pandemia e uma atmosfera de decadência paira sobre tudo.
Foi-se uma época de glamour e prazer. Cantores populares como Agnaldo Timóteo já estiveram por lá. Dizem que a Andressa Urach , a eterna Miss Bumbum, tinha o codinome Ímola e era girl no Madrigal. Outras tantas fizeram carreira nas casas luxuosas ou no trottoir das esquinas.
Agora, a decadente avenida, virou cenário para os deserdados que carregam seus carrinhos de reciclagem. Para os traficantes e seu comércio. Para os bêbados e malucos que se esquecem da vida em bares sórdidos.
Morreu a avenida. E nenhum bolero toca no playlist de tantos corações.