NA CONTRAMÃO
 
Esperei, pacientemente, o sinal abrir para atravessar. Quando dei o primeiro passo, um homem, de bicicleta e na contramão, quase me atropela.
Confesso que na hora lhe desejei um tratamento de canal sem anestesia ou um sapato apertado em dia de parada de Sete de Setembro, mas logo rebobinei meu cérebro e pedi às Forças Superiores que lhe dessem juízo. Afinal a raiva só faria mal a mim, me envenenaria e ele, seguiria sem noção, sem imaginar que a bicicleta é um veículo e que pode jogar uma pessoa ao chão e, se ela tiver o azar de bater com a cabeça no meio-fio, pode ficar vários meses numa cama ou até morrer.
Acho que a escola deveria ensinar várias coisas importantes para todo cidadão. Respeito, atenção, solidariedade e ética. Isso serviria para todos em todas as ocasiões. Poderia também ensinar coisas básicas para a sobrevivência como, por exemplo, cozinhar, passar, limpar uma casa etc, já que muita menina e muito rapaz mora sozinho e acaba comendo, todos os dias, comidas industrializadas, deixa a casa imunda e, quando fazem compras, compram coisas demais que acabam estragando.
Espero que, um dia, os governantes do país entendam que é necessário mudar algumas coisas no ensino. O mundo mudou e cada um tem que saber se virar da melhor maneira para poder sobreviver dignamente no século 21, quando já não se tem escravos – graças a Deus – para fazerem os trabalhos domésticos.
Enquanto essas reformas não chegam, tenham cuidado ao atravessar a rua. Olhem sempre para os dois lados.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 26/04/2021
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