A maldade humana e suas justificativas

O ser humano tem a santa capacidade de apresentar justificativas para suas atitudes mais absurdas e até destrutivas.

Quem adota esse procedimento logicamente não é adepto da honestidade, que é requerida na defesa da Verdade. Em termos populares, é um mentiroso.

Mas ele pode ser um mentiroso baratinho como o que justifica o roubo pelo motivo de “estar com fome” ou pode ser mentiroso apocalíptico como o que justifica a morte de mais de cem milhões de pessoas “em nome do povo”.

Esses seres sabem que contam com dois tipos de plateia, os adeptos da Verdade que nunca vão concordar com eles e os adeptos da filosofia do “me engana que eu gosto” que estão sempre dispostos a dar suporte para tudo de ruim que existe no mundo.

Nesse momento está em curso no país um desses processos de justificativa para o que pode ser um desastre, mas que já é uma atitude maldosa evidente.

Existe uma legião de ativistas, entre “intelectuais”, jornalistas, políticos e até ministros empenhados em justificar uma “necessidade histórica”de colocar na Presidência da República um meliante alcoólatra.

Ora, o simples fato de um indivíduo ser alcoólatra já o contraindica para o cargo. Além disso, sendo também condenado pela justiça, não deveria nem ser mencionado como possibilidade remota.

Além disso, a imagem desse indivíduo traz embutida todo o desprezo com que ele tratou a população desde o momento que assumiu a Presidência pela primeira vez e uma desordem institucional nunca pensada antes no país.

Mas a imagem negativa desse ser desprezível foi substituída pela de um “injustiçado” e que a Sociedade é que tem dívidas pendentes com ele.

O Sistema Judiciário, excluindo os costumeiros ratos de esgoto, queiram alguns ou não, representa o interesse da Sociedade na solução de disputas que envolvam as leis.

De onde pode ter surgido a ideia de que o interesse de uma facção deve prevalecer sobre uma decisão judicial senão dessa própria facção? Os que costumam usar a cabeça para pensar deveriam tentar responder essa pergunta para si mesmos.

Chegamos a um nível de descaramento tão grande que, entre um possível candidato à Presidência tido como de extrema direita e outro sabidamente ligado a extrema esquerda, os “conservadores” vendidos indicam como opção moderada o segundo. Como um parâmetro pode ser extremo e meio ao mesmo tempo? Existem doidos nessa história ou são apenas caras de pau mesmo?

Pode existir maior prova de que o ser humano, por um lado usa e por outro lado aprova os argumentos mais absurdos para seus atos destrutivos?

“Nunca antes na história desse país” se montou uma estrutura voltada para a mentira do porte dessa, se mentiu tanto e a população se dispôs a engolir tanto lixo filosófico como nos dias atuais.

Essa estrutura pode até ser equiparada a que existiu na União Soviética, que enganou as populações envolvidas e tentou enganar o mundo durante setenta anos.

Nem a farsa do Plano Cruzado encabeçada no passado por outro ser desprezível pode se equiparar ao ambiente de completa corrupção do pensamento que está vigorando.

Infelizmente a pré disposição para se deixar enganar parece fazer parte da genética ou espírito humano, mas pelo menos os que são imunizados deveriam agir com mais energia, porque se calar diante do mal é colaborar com ele.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 26/04/2021
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