INJUSTIÇAS IMPAGÁVEIS

Tem gente que ainda diz que o Facebook só serve pra amenidades, pra quem não tem o que fazer, que não passa de amontoado de besteiras. Um cara publica um texto refletindo sobre os efeitos da morte nesses tempos de pandemia. Um amigo do tal cara comenta sobre a publicação e uma amiga mexicana dele (que por sinal nunca viu na vida), posta um comentário em espanhol que conhece um Enrique, no México, com mesmo sobrenome do que fez o comentário. Este responde que seus familiares que conseguiram se safar das garras nazistas foram para o Brasil, Canadá e Israel, até onde sabe. Dá seu e-mail para a mulher que deverá fazer a ponte com, vai saber, um possível parente. Imaginei um curioso desfecho pra essa história. O mexicano é um bilionário sem filhos ou outros herdeiros e está bem velho, nas últimas, mas lúcido. Passou anos indo atrás de parentes nos quatro cantos do mundo em vão, só pra não ter que deixar toda fortuna para o governo. Ao saber que tem alguém com mesmo sobrenome no Brasil, convoca seus advogados e manda destinar os bilhões para o guapo no país tupiniquim. Quando assina o testamento e faz os devidos registros legais, ficou tão emocionado que morre do coração. Os advogados entram em contato com o sortudo parente e lhe comunicam que é o legítimo herdeiro dos bilhões, centenas de imóveis, fazendas cinematográficas e uma coleção de carros de luxo como poucas do planeta, entre muitos outros bens. Final feliz para todos, menos para o tal cara que fez a publicação da morte nos tempos de pandemia e que ficou chupando o dedo. Mundo injusto esse nosso.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 26/04/2021
Código do texto: T7241408
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