QUANTO MAIS VAZIA A CARROÇA, MAIS BARULHO ELA FAZ
Essa semana, adentrando em uma repartição pública, deparei-me com um homem bem-vestido, de gravata, falando alto demais, gritando, chamando a atenção para si, demonstrava com toda a clareza que desejava que todos que ali estavam lhe ouvissem. Ele dizia que estava certo, que tinha estudo, e que sabia o que estava falando. Só ele falava, todos ali permaneciam quietos e constrangidos, principalmente os servidores.
Confesso, não tive interesse em saber o porquê daquela sua atitude, decorrente de que para mim não me dizia respeito, bem como independente do motivo, mesmo que eventualmente ele estivesse defendendo uma causa justa, nada justificaria aquela postura de prepotência. Aquela situação, a postura do cidadão, sua vestimenta, fez-me lembrar:
“Conta-se que um filho caminhava com seu pai, quando vem a pergunta:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
- Sim! Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo! Disse o pai, é uma carroça vazia.
- Vazia? Perguntou o filho ao pai:
- Como sabe que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.
O filho tornou-se adulto, e até hoje, quando vê uma pessoa falando demais, gritando, no sentido de intimidar e tratando o próximo com grossura, tem a impressão de ouvir a voz do pai, dizer: “Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz".
Ainda que a elegância não seja um modo de vestir, ser elegante significa saber dizer: obrigado, com licença, por favor, e desculpa. Porque você pode até se vestir bem, mas se não for educado, as suas roupas serão só uma fantasia.