Ra p a d u r a

RESOLVI, hoje, não falar em pandemia e política. Penso que tá tudo nos noticiários e avaliações de muita gente. Depois dou a minha palinha. Hoje vou tratar de algo mais doce.

Sempre gostei de rapadura. Continuo gostando, mas com o resto de dentes que possuo não posso degustar a danada na base da dentada, tenho que raspar pra virar um pozinho e às vezes faço até garapa,e adoço o café com esse pozinho. A rapadura é como a vida, doce mas dura. Minha avó paterna dizia sobre a rapadura: - É doce mas não é mole não.

Duvido que alguém, dos mais adentrados nos anos, que vivendo no sertão nordestino não tenha degustado a famosa rapadura. Só se era rico e privilegiado e seus pais compravam chocolate ou goiabada em lata, mas os pobres, meu caso, se viravam com a rapadura, raramente aparecia as batidas do Ceará, rapadura mole. É claro que ás vezes pintava as cocadas e tijolos de doce de leite. Raramente. A massa ia mesmo de rapadura, era acessível ao bolso dos pobres.

Vejam bem, falei que gostava degusta a rapadura no formato original. Mas havia outra possibilidade: transformá-la em mel, bastava derreter. Depois se colocava num pratinho e juntava rodelas de banana. Ou então se colocava farinha. E gostávamos tanto que lambíamos os beiços.

Ainda hoje gosto de mel de rapadura. Ele tem o gosto da minha infância. Quando ouço dizer que fulano não quer largar a rapadura sereferndo a outros casos, eu rio, Ninguém gosta de largar arapadura.Hoje vou degustar mel de rapadura depois do almoço.E recordar os bons tempos. Inté,

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 23/04/2021
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