Se cuidem!
Nesses tempos difíceis, quando é preciso ter certeza de que continuamos vivos, é necessário prestar atenção em coisas imperceptíveis; elas são capazes de nos ajudar a enfrentar os dissabores que as circunstâncias impõem. O imperceptível pode ter outros nomes, mais ajeitados: minúcias, trivialidades, meiguices e delicadezas. Apesar de, em várias ocasiões, nos serem negadas, as miudezas nos conectam à vida, elas são adequadas para quem deseja diminuir angústias e percalços. Detalhes enchem os olhos e encantam a alma. Muita gente não liga pra isso, mas andam por aí uns estúpidos que pretendem nos impedir de ver o mundo com sensibilidade e senso crítico. Eles não enxergam e também não se importam com o cheiro fétido do autoritarismo e da censura que os acompanha por onde passam. Como este não é um texto sobre política, vou falar de coisas amáveis, sem nenhuma pretensão de ensinar ninguém.
Os mais novos vão rir, mas folhinhas e calendários fazem parte do dia a dia de muita gente boa. O recado é claro: “nada como um dia após o outro”. São tão essenciais que não costumam ser vendidos. Por enquanto, folhinhas e congêneres fazem parte do cardápio das empresas que mantêm bom relacionamento com os clientes. Que continue assim!
Água! Ah, água fresca, pura e cristalina. Tem coisa melhor? Pensem no copo d’água que muitos pedem, humildemente, quando têm sede. Não há como negar! Às vezes, não precisa nem pedir, a água será oferecida acompanhada de sorrisos: “aceita mais um copo?”.
Sapatos limpos e confortáveis são essenciais nesses tempos em que é preciso descobrir novos caminhos. Andar, ir mais longe, superar distâncias é algo urgente. Se as distâncias não forem impossíveis, melhor ir a pé do que enfrentar ônibus lotados, trânsito carregado, gente mal-humorada nas ruas. Caminhem e façam seu próprio caminho. Ao voltar pra casa, coloquem seus sapatos do lado da porta de entrada e, se necessário, passem um paninho, deixe-os descansarem até o dia seguinte. Seguir em frente é importante, não desistam!
Pães de queijo também são dessas coisas indispensáveis na vida. O pãozinho é campeão quando o assunto é quitute, lanche da tarde, folclore e culinária regional. Não dá para falar deles sem charme nem afeto. Estão tristes? Comam um pão de queijo. Estão com frio? Tomem uma xícara de café quente e um pão de queijo. Vão ler um livro? Comam um pãozinho de queijo antes. Pão de queijo é quase remédio. Se não sabem fazer, aprendam logo — se quiserem, eu ensino.
Finalmente, mas não menos relevante, olhem para alguém, não importa se conhecido ou desconhecido, e deem um sorriso. Saibam que até rostos cansados e circunspectos podem devolver sorrisos! Pessoas autoritárias, os babacas, os perversos e os ignorantes não gostam de sorrisos, mas o mundo não é deles. Sorrir é um estímulo à vida. Fiquem vivos! Se cuidem!