"Papo da Pandemia "
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Hoje o dia amanheceu com uma chuva fininha, lenta, carinhosa, parecia não existir ... regou as plantas do meu jardim e me fez refletir.
Eu estava tão abraçado com o mundo material e tão distante de Deus, estava navegando em águas poluídas sem pressentir o perigo que estava para chegar...aconteceu no leito de um hospital e fui as lágrimas num novo despertar.
Estava entubado, ligado à tantas máquinas e meu coração prestes a parar...os meus pulmões estavam comprometidos e vi a morte bem apressada querendo me levar.
Aí pensei em Deus e com Deus comecei a conversar...a primeira frase que falei, o Tempo nunca vai apagar:
Perdão...perdão por ficar tanto tempo longe de você e agora estou em sua mãos para sobreviver.
Piedade...dizeis uma só palavra que serei salvo!
Apaguei para o mundo do meu consciente.
Dias e dias foram passando e eu no sono profundo sem nada ver, navegava sem rumo, ao relento, ao léu ...certo dia, despertei com tantas pessoa de branco na minha frente, pensei no meu silêncio que estava salvo e já me encontrava no céu.
Estava na terra ao lado de anjos no corpo de médicos ...uma falange de anjos da saúde, trabalhando para salvar vidas.
Lentamente fui voltando para a vida, fui agradecendo a Deus pela oportunidade de continuar na vida...agradecendo a uma falange de Anjos e chorei na hora do adeus de despedida
Deixei o hospital e fui para o meu lar com outro pensamento...quantos irmãos me estenderam as mãos para levantar e eu caminhando na pressa ...continuava a caminhar.
Aprendi a lição e tenho certeza que depois desse tempo passar...vai raiar um novo tempo, tempo de empatia, amor e paz, que vamos ser irmãos e pela vida caminhar.
Tudo tem o dedo de Deus...para conscientizar aos homens que as suas palavras nem o tempo vai conseguir silenciar.
...é mais um depoimento da Pandemia, que o poeta escuta e transforma numa crônica do dia a dia.
Nesse exato momento... o mundo está orando também pelos irmãos Indianos.
O inimigo é voraz.
(Amaro Poeta)