Oligofrenia
O homem saiu da caverna atraído por um feixe de luz e viu o mundo com mais clareza. Observou os elementos da natureza, aprendeu a fazer fogo, canalizou água e dançou na chuva. Não lasca mais a pedra, não risca mais o fósforo, agora aperta botões. Um click e o mundo cabe na mão. A mão que pega a caneta desenvolve o conhecimento e liberta a mente.
E, por falar em mente, os estados mentais ganharam apelidos e nomes próprios. A ignorância muitas vezes é perversa, estigma, separa e exclui. Essa cultura excludente de minorias fomenta o preconceito e a intolerância aos grupos. Tudo começa com uma brincadeira despretensiosa com apelidos, xingamentos e risos.
Contudo, não há graça em hostilizar alguém por determinada limitação, seja física, psicológica, social ou financeira. Assistido ao filme, Reflexo da amizade, acompanhei a trajetória do personagem e a evolução da terminologia para a oligofrenia. Retardado, incapacitado, pessoa com capacidade residual, excepcional, inválido, débil mental, deficiente mental, mongol, imbecil, lelé da cuca, maluco, louco, portador de necessidades especiais, atrasado intelectual e não sei mais o quê.
O termo aceitável é pessoa com deficiência, e capacitismo é crime, apesar de não entrar na pauta para discussão como deveria.
A sociedade é mutável, e o modo de reprodução social também, nesse sentido é salutar saber o termo politicamente correto para referir-se a esse grupo, caracterizando o primeiro passo para o processo de inclusão social.