CHEIRO DE MORTE.

Cheiro de morte. 

Mas quem liga para isso? 

O cheiro de morte está em todos os lugares, em cada canto, em cada cidade, nos bairros, nas pequenas e grandes ruas, nas esquinas e praças. Não podemos esquecer dos parques e lugares turísticos, supermercados, nesses também há cheiro de morte...

Afinal, quem liga para isso?

Cheiro de morte.

No início houve certo incômodo por parte de alguns, transtorno pela possibilidade do corpo sem vida. Não era ainda a morte propriamente dita, no entanto, somente de imaginar tal possibilidade, havia aqueles que ficavam extremamente incomodados com ela, e ficavam desejosos em fazerem qualquer coisa para evitar a tragédia, que, já se insinuava uma tragédia anunciada.

Cheiro de morte.

Acha mesmo que eu estou exagerando?

De fato, a vida perdeu o seu valor, se é que ela teve algum dia. Basta você olhar para o noticiário, ou ler qualquer jornal. Da primeira morte noticiada para já estarmos beirando quatro mil diariamente, e a coisa não vai parar e nem cessar.  Ninguém parece preocupado com o cheiro da morte em cada um. De fato, as pessoas querem o quê eu não sei. Reclamam tanto para nada, distorcem as informações para seu próprio prazer, confundem o cheiro de morte com a fragrância de um perfume qualquer.

Cheiro de morte.

Do quê mesmo estão brincando?

A impressão que tenho é de que alguns estão brincando de roleta russa, mas, a arma nunca está apontada para o próprio nariz, é sim para o nariz dos outros. Infelizmente, no primeiro apertar do gatilho é sempre fatal. Trocam-se as armas, as munições, e a coisa continua rolando sem controle. Não há muito o que fazer. Na verdade, como diz uma amiga, não há mais nada a fazer. 

A locomotiva saiu dos trilhos faz tempo.

Cheiro de morte.

O que estão querendo?

Teorias da conspiração tem aos milhares, falando de um tudo, abrangendo quase todos. Todavia, para quê teorizar se estamos vendo ao vivo e a cores todas as conspirações colocadas em práticas. Querem sim reduzir a população mundial, e pelo visto estão empenhados e eficientes no ato de eliminação. 

Cheiro de mortes.

Quantas covas foram abertas?

É absurdo, porém, verdadeiro. A morte está pulando pela janela. Não há vagas nos cemitérios. Não há coveiros o suficiente para abrir tantos buracos. Faltam caixões, não há mais vagas nos crematórios. Acham que eu sou exagerada? Se não fizerem algo urgentemente, isso será apenas o começo.

Sim, cheiro de mortes.

Onde?

Em todos os lugares. 

Você não percebeu que este odor a cada dia fica cada vez mais forte. É assustadoramente real. Os anos que estamos vivendo ficaram marcados na história da humanidade, se, porventura, sobrar uma humanidade no futuro. Não creio que chegaremos muito longe, bastou um vírus para mostrar que não chegaremos a lugar nenhum. Não pela potência do vírus, não que ele seja um exterminador implacável... Não... Não é isso amigos... O problema sempre estará na nossa incapacidade de cuidarmos de nós mesmos.

O meu problema sou eu, a pandemia simplesmente mostrou que o meu maior inimigo será sempre eu mesma. Quando eu conseguir controlar e dominar o meu eu, então saberei que existe esperança. 

Eu sinto o cheiro de morte.

As minhas lágrimas são as suas também, não se enganem. A sua dor é a minha dor, quando um perde, significa que todos nós perdemos, não existem vencedores nesse macabro jogo.

( L. B )

Luise Batiliere.
Enviado por Tiago Macedo Pena em 18/04/2021
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