O Deus de Nietzsche dançou
A música e o estilo musical não tem nenhum compromisso com a filosofia. A música só tem compromisso com ela mesma. Ela tem a sua própria poética. No entanto, quando a música toca em temas filosóficos isso a torna uma experiência sonora agradável aos ouvidos que o nosso cérebro agradece. O samba de Paulinho da Viola é um exemplo claro de como uma canção pode ter melodia, ritmo e uma letra com uma qualidade poética impecável que faz a gente ouvir, dançar e refletir. Nietzsche tem uma frase que diz: “eu só acreditaria em um Deus que soubesse dançar”. A música “Solução de vida”, cantada por Paulinho da Viola, é um samba que deixaria o “Deus” de Nietzsche dançando por horas no salão do universo embriagado pela melodia e pela inteligência poética dos refrãos cantado com delicadeza pelo sambista. Vamos degustar de alguns refrãos deste samba canção:
Acreditei na paixão /E a paixão me mostrou/ Que eu não tinha razão/ Acreditei na razão/ E a razão se mostrou/ Uma grande ilusão
Acreditei no destino/ E deixei-me levar/ E no fim/ Tudo é sonho perdido/ Só desatino, dores demais
Hoje com meus desenganos/ Me ponho a pensar/ Que na vida, paixão e razão/ Ambas têm seu lugar
E por isso eu lhe digo/ Que não é preciso/ Buscar solução para a vida/ Ela não é uma equação/ Não tem que ser resolvida
A vida, portanto, meu caro/ Não tem solução/ A vida, portanto, meu caro/ Não tem solução ...
Qual o “Deus” que não dançaria, como se fosse um passista, na avenida da eternidade com este Samba? Sim, o “Deus” de Nietzsche dançaria alegremente este Samba e cantaria com os seus arcanjos as sabedorias dos refrãos desta música. É certo que esse “Deus” diria com sua alegria radiante aos quatro cantos do mundo: é isso! é isso! é isso! é isso! A vida não tem que ser resolvida! Vivam!!!