SALVADOR DO PASSADO
Durval Carvalhal
Quando foi expulso, Gregório de Mattos lamentou; "Triste, Bahia! Oh quão dessemelhante".
Poucos foram os cantos de Salvador, pelos quais, não perambulei: teatros, cinemas, Academia de Letras, praias, festas de largo, carnaval, conferências, vernissages, bares, restaurantes, festas universitárias e afins.
Hoje, tudo mudou. A insegurança nega o direito de "ir e vir". Depois de visitar o "bonde lisboeta" na quinta feira, fui almoçar no restaurante do hotel "Pestana Convento do Carmo Bahia", numa doce construção barroca de 1586.
Logo na recepção, fomos advertidos: "vocês andando aqui assim, vão ser assaltados". Várias pessoas disseram: "guardem tudo de ouro, guardem anel, pulseira, corrente, relógio. São grupos de 4 ou 5, tomam na raça, entram em casas vazias e não tem polícia que dê jeito. Isso ocorre a todo instante".
Ah, se se pudesse voltar no tempo!...Havia liberdade de ir e vir generalizadamente!
Também frequentei muito a rua Ruy Barbosa, perto da Praça Castro Alves, com suas boates e belas damas da noite.
No antigo Pelourinho, antes da reforma; frequentava muito o Bar do Beto (reduto universitário), o famoso bar Pomba Gira e o teatro do Senac. Cansei de sair de madruga para esperar o "pernoitão" (ônibus da noite).
O formidável e famoso restaurante ‘Barravento’ sempre foi uma magia para baianos e turistas, e depois de renovado, é um doce convite para um jantar ou um simples chope.
Que lugar bacana! Dezenas de anos atrás, eu ia sempre; e depois que foi reformado, ficou irresistível. Não obstante, não tem estacionamento no seu entorno... Nada é perfeito.