"Time goes by so slowly..."
Ontem, após um breve cochilo à tarde, acordei ouvindo uma canção americana que vinha muito de longe, e aos poucos, foi se instalando em meus ouvidos e penetrando por todo meu corpo, me despertando como se eu fora uma Cinderela. Dizia: "Time goes by, so slowly..." . Flagrei-me cantando junto, sorrindo muito e com aquele sentimento de felicidade total que, dizem, são tão efêmeros! São, porém, de uma intensidade transcendental e de uma vivência eternizada num instante. Não quis deixar aquele momento ir embora e o vivi com toda força de um orgasmo.
Estava naquele estado de torpor, conhecido como "estado alfa", entre o despertar e o sono; Sabia que estava vivendo um momento raro e mágico e não permiti acordar-me totalmente. Quanto tempo se passou? Não sei, talvez alguns minutos ou segundos, mas foi de um momento eterno enquanto durou.
Perguntei-me depois: que tempo é esse que na vida onírica e semi-onírica passa tão “slowly"? Que acontece com nossa mente que nesses instantes não obedece ao tempo real? Estaria Einstein certo quando falava da relatividade do tempo?
Creio que sim, pois essa percepção transcendental da eternidade de um instante, só estando num estado de absoluto relaxamento. No estado normal de vigília, nos queixamos da velocidade do tempo. Tudo parece correr numa velocidade frenética. Vêem vocês? Já estamos no final do ano. Como é possível, se ele apenas acabou de se iniciar? O tempo voa num piscar de olhos neste estado de consciência vigil.
Porém, nesses momentos mágicos, a gente sente o tempo devagar, quase parando, numa relatividade eternizante. Sim, "Time goes by, so slowly" nos momentos etéreos e felizes. Aproveitemo-los então...
Bom domingo a vocês, meus queridos recantistas.
Rio, 04/11/2007
(PS: A musica citada no texto chama-se "Hung Up", interpretada pela cantora Madona.)