Tema: Sem Desejos (crônica)
Essa palavra "desejo" sempre me assanha. Seja porque é um clamor de vida, uma pulsão, a natureza humana em seus instintos em tendências fisiológicas e psicológicas. Ao contrário, sem desejos só quem está morto. Ou não? Bem, as mulheres já sofreram tanta repressão sexual que sei de uma história, do passado, que uma delas, no seu casamento enfadonho e imagino sem criatividade, contou à comadre: - Comadre Judite, quando o Sivuca vem pro meu lado, eu imagino aquele prato apetitoso, bonito e cheiroso, derramando da comida que mais gosto, chegando cada vez mais perto de mim. Porém, o grande problema, é que estou na maior indigestão e fica impossível devorar o prato! Tristeza pra todo lado! A comadre Judite teve pena da comadre frustrada e frustrante! Essa só tinha desejos quando estava grávida. Aliás, sei de uns ótimos: da grávida que desejou comer a língua da vaca Estrelinha. Da outra que queria roer as unhas do pé do marido. Da coitada que resolveu pastar, colocando sal e limão na grama. Até da história da Rapunzel, cuja mãe quis comer os repolhos da bruxa, sua vizinha, e inaugurou a maldição. Pois no passado, muitas camas eram insossas. Mas a mulher foi dando um jeito de gostar de sexo, enquanto também caminhava para sua ascensão social. Passou a ter direito à herança, ao trabalho fora de casa, ao CPF, ao seu próprio nome ao se casar, ao voto, à política e à cama, com tudo de bom que isso pode significar. Desfilou, de salto alto e nua, da mesa até à cama, com desejos de quem está bem viva!
Essa palavra "desejo" sempre me assanha. Seja porque é um clamor de vida, uma pulsão, a natureza humana em seus instintos em tendências fisiológicas e psicológicas. Ao contrário, sem desejos só quem está morto. Ou não? Bem, as mulheres já sofreram tanta repressão sexual que sei de uma história, do passado, que uma delas, no seu casamento enfadonho e imagino sem criatividade, contou à comadre: - Comadre Judite, quando o Sivuca vem pro meu lado, eu imagino aquele prato apetitoso, bonito e cheiroso, derramando da comida que mais gosto, chegando cada vez mais perto de mim. Porém, o grande problema, é que estou na maior indigestão e fica impossível devorar o prato! Tristeza pra todo lado! A comadre Judite teve pena da comadre frustrada e frustrante! Essa só tinha desejos quando estava grávida. Aliás, sei de uns ótimos: da grávida que desejou comer a língua da vaca Estrelinha. Da outra que queria roer as unhas do pé do marido. Da coitada que resolveu pastar, colocando sal e limão na grama. Até da história da Rapunzel, cuja mãe quis comer os repolhos da bruxa, sua vizinha, e inaugurou a maldição. Pois no passado, muitas camas eram insossas. Mas a mulher foi dando um jeito de gostar de sexo, enquanto também caminhava para sua ascensão social. Passou a ter direito à herança, ao trabalho fora de casa, ao CPF, ao seu próprio nome ao se casar, ao voto, à política e à cama, com tudo de bom que isso pode significar. Desfilou, de salto alto e nua, da mesa até à cama, com desejos de quem está bem viva!