minhas anandamidas.

eu estava dirigindo indo finalmente fazer minha corrida. finalmente porque já fazia uma semana que havia parado meus treinos. coisa psicológica, sabe? cansaço mental. e isso é uma bola de neve, quem não sabe? quanto menos você se movimenta menos movimento você quer. inércia. menos endorfinas e menos anandamidas - pausa pra mandar um beijo enorme pra você que entendeu essa referência sem googlar. mas eu não estava a fim de ir. pronto. aprendi a me acolher em muitas situações. ao invés de simplesmente me criticar eu resolvi amavelmente aprender a me acolher. é libertador, tente.

estava naquele horário tarde pra óculos escuros mas que a claridade ainda incomodava, sobretudo quando você precisa colocar os óculos de grau pra dirigir e ter uma visão decente de alta resolução. depois de um mês de praticamente isolamento total de novo, aquele horário de rush, aqueles faróis acesos todos juntos fizeram surgir em mim uma ponta de pânico. por segundos fiquei assustada e com medo de sentir aquilo de novo que eu já senti um dia. logo depois veio a euforia (do grego
εὐφορία, "poder de perseverar facilmente") - de estar vendo gente, finalmente, mesmo que nos seus carros, com minhas duas máscaras, na devida distância.

corri, alonguei, dei uma olhadas pro moços de olhos e corpos bonitos - o resto do rosto não garanto), voltei pra casa feliz. tinha endorfina, anandamida e aquela ponta (agora não de pânico) mas de esperança de que dias melhores hão de vir.
iara c
Enviado por iara c em 05/04/2021
Reeditado em 05/04/2021
Código do texto: T7224814
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