O Vampiro da Meia Noite
Ele era sexy e gentil. Eu me sentia segura e amada.
Mas, da mesma forma que uma mosca em uma teia, eu só percebi o problema quando era tarde demais. Quando já estava envolvida pelas suas garras.
Cada movimento do meu corpo, cada decisão que eu tomava pareciam ser orquestrados por ele. Era como um demônio se apossando de mim. Eu não sabia como pôr um fim nisso tudo. Eu não tinha forças.
A culpa se fazia presente durante o dia. Culpa por continuar. Culpa por permitir. Culpa que não era minha e, mesmo assim, me afogava.
À noite ele vinha. Usando a escuridão como um manto protetor.
Sussurrava palavras de perdão que me entorpeciam feito veneno. Cravava suas presas em mim e sugava qualquer gota de vida que ainda restava em meu corpo.
Deus sabe o quanto a morte seria um presente nessa situação.
Ele me permite viver para massagear o próprio ego. Ele precisa da minha dor para se sentir bem até decidir me abandonar.
Eu não era a primeira a cair na sua lábia e duvido que seja a última. Mas, agora, eu sei o que precisa ser feito. Não vou permitir que os demônios se aproveitem de almas desavisadas para se alimentarem da culpa e da dor. Da tortura psicológica e do abuso físico.
Todo vampiro tem sua fraqueza e a dele é essa: eu me basto.
E quando você também aceitar isso, quando finalmente entender o quão completa você é . . . Os seus vampiros também se afastarão.
Eles não suportam a luz que existe dentro do teu peito. Do teu coração.
Afinal, são apenas parasitas.