Os livros devolvidos
Se houvera algo de bom, e sempre há aspectos positivos em tudo e em todos, fora o fato "dela" ter me devolvido alguns livros meus que estavam em sua estante, na parede da sala, em uma prateleira de madeira em formato de gráfico de Excel, por cima, algumas fotos antigas "dela" ainda pubescente, uma lolita, sorrindo inocentemente com os aparelhos férreos nos dentes.
Quanto aos títulos que me foram ressarcidos, ainda que às custas de um rompimento amoroso (a culpa fora minha pelo rompimento); foram nada mais, nada menos que pérolas literárias, barrinhas de ouro disfarçadas de livros, algo imensurável, escritos em Língua Portuguesa, vejamos: o livreto de contos "histórias de amor" de Rubem Fonseca, a edição de bolso com uma capa escura de "um homem extraordinário" de Anton Tchekhov, mais uma edição in quarto de yoga para iniciantes chamado "a ciência do Pranayama".
A gente já chegou a um acordo, celebramos a reconciliação, voltamos a namorar, reatamos os laços amorosos, inclusive fizemos bastante sexo para comemorar - mas todo o acontecimento deixa a óbvia lição de que os livros são a melhor companhia para o espírito, mesmo que se esteja a compara-los com uma cabrocha de ancas alvas, polpudas e largas...
Esqueci de mencionar, que voltara a minha mão também o estupendo "contos russos tomo I" de capa azul, aonde li "o capote".