Libélula - BVIW

Nesta manhã nublada, enquanto a saudade brinca de esconde - esconde nas dobras da manga da camisa branca, àquela com pinguinhos de tinta azul. Olhei algumas fotografias, sentindo teu aroma, tantas lembranças, pensei, mas não veio nada...

Fiquei por alguns minutos em silêncio a deixar o pensamento e alma livres, sem as amarras da rotina, da lógica - que sensação especial, essa breve plenitude de poder ser parte de tudo e de nada ao mesmo tempo; poder voar com a sombra das asas da libélula que ontem pousou na cortina do meu quarto.

Há momentos que a imagem do alfinete com a bolinha vermelha marcando um país no mapa inspira - me poéticos desejos e viagens; Colômbia, Croácia e Holanda ficam mais perto, ao tocar com a ponta dos dedos os locais indicados.

E assim esta crônica segue a dedilhar palavras, visualizando com mais nitidez as pétalas dos atemporais Girassóis de Van Gogh. Em memórias, quase, transparentes e apaixonadas a espalhar outonais polens, alguns pausam em meus cílios, outros seguirão misteriosos caminhos levados pelo vento...

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Van Gogh:

https://www.ebiografia.com/van_gogh/