Presos nas bolhas
O reality show nos distrai um pouco da realidade que vivemos. Brigas políticas, judiciais, pandemia. Às vezes até dormir um pouco, mais do que o normal faz a gente se distanciar de tudo aquilo que temos um pouco de medo. Como não podemos dormir 24 horas, escolhemos algumas coisas para preencher o tempo enquanto as horas teimam em não passar e os pensamentos se integram com um mundo em caos.
A alegria de ver pessoas dentro de um jogo se divertindo, dançando, paquerando, buscando conviver com as diferenças. Mas não é o que acontece com esse BBB 21. As hostilidades. As perseguições ao que difere incomoda bastante. No começo do programa o alvo foi Lucas Penteado. Agora é Juliete Freire que virou alguém que todos odeiam. Parece uma série, mas é real. São pessoas massacrando uma participante pelo seu jeito popular de falar. Pela maneira peculiar da advogada paraibana se expressar, sempre falando bastante. Sempre insistindo em todos os assuntos. Ela não deixa barato. Ponto a ponto quer entender cada assunto no jogo.
Por isso que essa edição do game ficou meio chata. É muita DR. Pouca adrenalina, hormônio quase zero. Tem que ter muita capacidade mental de superar todo dia uma discussão boba, por comida, por espaço. Não adianta dizer que isso é besteira. Para os confinados. Cada dia fica mais difícil viver nesse universo. Mais de 50 dias na Casa, com câmeras 24 horas. Com várias disputas, pouco sono. Tudo vira motivo para confrontos.
E talvez esse paredão de hoje que se desenha Juliete x Sara x Rodolfo x Gilberto, será um de bastante votação e mobilização dos fandons. Das redes sociais que vão destilar seus ódios e raivas reprimidas.