LAVRINHAS, a cidade onde moro, tem uma rua só. Está localizada ao pé da Serra da Mantiqueira. Cenário belíssimo!
Sua população está próxima a um mil habitantes.
Na noite de 31 de dezembro de 2001 para 01 de janeiro de 2002 um evento catástrófico atingiu a Serra da Mantiqueira.
Um volume de água gigantesco desceu no alto das montanhas. O barulho foi de uma imensa bomba. Aqui, chamamos essa intempérie de tromba d'agua, mas na verdade não foi. Existe algum nome a esse evento que não conheço.
A força da água arrastou tudo que escontrou pela frente...pedras, árvores, casas, igrejas, pontes...
O relevo foi transformado. Tudo mudou!
Nessa tempestade trinta e três pessoas perderam a vida. Algumas não tiveram seus corpos encontrados até hoje.
O Rio Paraíba do Sul corta a cidade de ponta a ponta... transbordou, invadiu toda a rua, as casas, passou sobre as duas pontes, ilhou as pessoas durante oito dias, sem água, energia elétrica, telefone.
Ainda...choramos os mortos. Quando o céu escurece, a Serra se aborrece, ficamos atentos ao vento, à chuva, ao barulho...
Ontem...o Brasil registrou um número avassalador de vitimas da Pandemia. A população da minha cidade multiplicada por três e meio: três mil seiscentas pessoas perderam a Vida. É como se a tromba d'agua caisse três vezes e meia sobre Lavrinhas no mesmo dia e levasse todos os seus habitantes e a sua descendência por várias gerações, sem deixar rastro, sem despedidas, sem protocolos, nem flores.
Hoje, acordei com o coral uníssono dos passarinhos entre as batucadas do barulho do silêncio.
Não sei bem o que está acontecendo, como a Natureza está mandando o seu recado.
Nos últmos dias...cinco pessoas próximas a nós, partiram sem dizer adeus. Hoje, duas amigas queridas ... intubadas.
Não há o que diferencie o ataque às vítimas. Todos estamos sob a mira da doença.
Escrevo este texto ansiosa. Triste. Coração miúdo. Alma contrita.
O que dizer, pensar, rezar, pedir misericórdia ao Criador.
Que tudo passe!
Meus respeitos aos que foram.
Meu abraço aos que ficaram.
Luto ensurdecedor!
É uma catástrofe!
Foto by Zaciss
(Eu nao queria escrever sobre este assunto, desta forma, mas preciso escrever.)
Sua população está próxima a um mil habitantes.
Na noite de 31 de dezembro de 2001 para 01 de janeiro de 2002 um evento catástrófico atingiu a Serra da Mantiqueira.
Um volume de água gigantesco desceu no alto das montanhas. O barulho foi de uma imensa bomba. Aqui, chamamos essa intempérie de tromba d'agua, mas na verdade não foi. Existe algum nome a esse evento que não conheço.
A força da água arrastou tudo que escontrou pela frente...pedras, árvores, casas, igrejas, pontes...
O relevo foi transformado. Tudo mudou!
Nessa tempestade trinta e três pessoas perderam a vida. Algumas não tiveram seus corpos encontrados até hoje.
O Rio Paraíba do Sul corta a cidade de ponta a ponta... transbordou, invadiu toda a rua, as casas, passou sobre as duas pontes, ilhou as pessoas durante oito dias, sem água, energia elétrica, telefone.
Ainda...choramos os mortos. Quando o céu escurece, a Serra se aborrece, ficamos atentos ao vento, à chuva, ao barulho...
Ontem...o Brasil registrou um número avassalador de vitimas da Pandemia. A população da minha cidade multiplicada por três e meio: três mil seiscentas pessoas perderam a Vida. É como se a tromba d'agua caisse três vezes e meia sobre Lavrinhas no mesmo dia e levasse todos os seus habitantes e a sua descendência por várias gerações, sem deixar rastro, sem despedidas, sem protocolos, nem flores.
Hoje, acordei com o coral uníssono dos passarinhos entre as batucadas do barulho do silêncio.
Não sei bem o que está acontecendo, como a Natureza está mandando o seu recado.
Nos últmos dias...cinco pessoas próximas a nós, partiram sem dizer adeus. Hoje, duas amigas queridas ... intubadas.
Não há o que diferencie o ataque às vítimas. Todos estamos sob a mira da doença.
Escrevo este texto ansiosa. Triste. Coração miúdo. Alma contrita.
O que dizer, pensar, rezar, pedir misericórdia ao Criador.
Que tudo passe!
Meus respeitos aos que foram.
Meu abraço aos que ficaram.
Luto ensurdecedor!
É uma catástrofe!
Foto by Zaciss
(Eu nao queria escrever sobre este assunto, desta forma, mas preciso escrever.)