Na fila do pão

Quando a situação é "estarmos afundando",ouvimos algumas pérolas, dignas de quem ainda se recusa a admitir o colapso anunciado e agora presente na Vida de todos nós.

Quando a água já está pelos joelhos,ainda vemos quem insista em não enxergar , jurando de pés juntinhos que alguém "inventou este negócio de gripe".Foi o Governador,o Prefeito de Tuiuiú, a Secretária da educação também de Tuiuiú.Ou então foi a vizinha do apartamento de cima candidata a Síndica.

Estamos colapsando, não temos mais leitos ,e o cantor emergente que comprou um avião tem que se cuidar _ nem pagando muito caro, encontrará um leito que o abrigue,se ficar doente.Acredito que ele bateu palmas no almoço errado...

A situação é de medo e impotência.

Um vírus avassalador brinca com nossa Vida,e parece_,me ouvir seu gargalhar que ecoa até em sonhos.Ele parece ter olhos, ouvidos,e até coração para ver e sentir um pouco do nosso medo.Ri diante de nossa fragilidade, e faz do rosto do outro o seu rosto.

Por estes dias, fiquei imaginando a carinha da criatura.E hoje, quando ainda vejo pessoas com a desfaçatez,a irresponsabilidade e

a falta de educação em não fazer uso da máscara, acredito que elas são a cara do vírus, que não quer esconder- se atrás de um pedaço de pano.Elas são a cara da morte sem leito,sem respirador,sem um querido presente sem um enterro digno.

Hoje eu ouvi, na " fila do pão" que as pessoas jovens vão trabalhar e os " velhos ficam em casa" . Lembrei-me que faço parte de um grupo que começou a trabalhar cedo, e nos aposentamos com menos de cinquenta anos.

Então, estamos em casa,com nossa criatividade, até a tempestade passar,plenos e absolutos em 60+ anos.

Enfim....as pessoas sem máscara são a cara da morte sem leito,sem um respirador,sem um querido presente,sem um enterro digno....

Sororidade Contada em Prosa e Verso
Enviado por Sororidade Contada em Prosa e Verso em 26/03/2021
Código do texto: T7216819
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