A cobra e o Destino

Pela manhã levantei, tomei café rapidamente. Dia de trilha é euforia. O contato com a terra, com o verde me renova. Sinto-me mais leve e conectada com a minha essência. Porém, o destino prega peças e às vezes acho incoerente, a forma como ele age e como toca a gente.

No meio do caminho, sentei em uma pedra. O guia então gritou:

—Calma, não se mecha! Cobra venenosa — ele falou.

Não gritei, nem tive medo. Olhei-a com atenção.

—Vou matá-la, não se mexa! —Disse o homem ao meu lado.

—Não! — Gritei eufórica. Já era tarde demais.

Na cama do hospital com meu corpo todo inchado, senti forte dores, principalmente na picada. Quis achar o culpado da minha triste situação: A cobra, o destino, ou minha falta de atenção. Cheguei à conclusão de que a cobra não tinha culpa, ela me viu como ameaça, quis apenas se proteger. Ela era linda e eu a admirei. Às vezes, as pessoas se sentem ameaçadas e assim como a cobra lançam veneno em quem não merece e o culpado disso tudo foi o destino que me levou àquela pedra na sombra da árvore.

Daniele Pereira
Enviado por Daniele Pereira em 26/03/2021
Código do texto: T7216722
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.