A cobra e o Destino
Pela manhã levantei, tomei café rapidamente. Dia de trilha é euforia. O contato com a terra, com o verde me renova. Sinto-me mais leve e conectada com a minha essência. Porém, o destino prega peças e às vezes acho incoerente, a forma como ele age e como toca a gente.
No meio do caminho, sentei em uma pedra. O guia então gritou:
—Calma, não se mecha! Cobra venenosa — ele falou.
Não gritei, nem tive medo. Olhei-a com atenção.
—Vou matá-la, não se mexa! —Disse o homem ao meu lado.
—Não! — Gritei eufórica. Já era tarde demais.
Na cama do hospital com meu corpo todo inchado, senti forte dores, principalmente na picada. Quis achar o culpado da minha triste situação: A cobra, o destino, ou minha falta de atenção. Cheguei à conclusão de que a cobra não tinha culpa, ela me viu como ameaça, quis apenas se proteger. Ela era linda e eu a admirei. Às vezes, as pessoas se sentem ameaçadas e assim como a cobra lançam veneno em quem não merece e o culpado disso tudo foi o destino que me levou àquela pedra na sombra da árvore.