III 17 MARÇO DE 1962... 16h27min.
Vamos escrevendo, e as imagens vão aparecendo, não deixa de ser o passado que se faz presente em nossas vidas. Às vezes, nesta “volta ao passado”, há “lances” que “pulamos”, e, querendo sermos fiéis a nossas sucintas lembranças, achando que foram importantes, mas que por um lapso deixamos de mencionar, pois se passaram mais de 50 anos...
Quando vamos demitidos do banco, os valores recebidos pelo demitido, eram bem diferentes de hoje em dia, pois desde a muito existe o “Fundo de Garantia”, isto é, todo mês o empregador deposita uma porcentagem do salário, - 8% - na conta do empregado, se de repente o empregado é demitido, recebe este valor depositado, acrescido de multa de 40%.
No outro processo, empregado recebia um mês de salário por cada ano de trabalho, com os respectivos ganhos até o dia da demissão, décimo terceiro, férias etc., que foi o nosso caso, de modo que o valores recebidos dariam nossa subsistência até conseguirmos uma nova atividade. Foi o que aconteceu conosco.
Não era um grande valor, talvez em torno de doze salários.
Logo depois que fomos demitidos, um banco havia aberto em nossa cidade uma agência, - não me recordo o nome – enviamos uma carta contando o nosso currículo e pretensões salariais, até fomos chamados, mas no final não comparecemos, pois lá em nosso íntimo achávamos que nossa “carreira” de bancário, havia terminado.
Naquela época, tínhamos um pequeno ganho de comissões sobre as cobranças, efetuadas de três instituição filantrópicas, os valores destas comissões não eram muitas, mas davam para suprir nossas necessidades, além do mais morando na Casa Lar, não havia o ônus do aluguel, e na época tínhamos somente a filha Vanice.
Praticamente a metade da nossa indenização do banco, foi para compra de um “veículo”, não um automóvel, mas sim uma Lambretta, que dava maior agilidade em nosso trabalho. Motivo pelo qual nossa 1ª. Habilitação, era para dirigir motocicleta, isto em 08 de maio de 1967, mas tarde tiramos nossa carteira de motorista, razão pela qual até hoje consta categoria de Habilitação AB
Naqueles idos anos não havia o uso do capacete, para os dias de hoje seria uma “temeridade”, a esposa ia sentada atrás, a Vanice sentava num diminuto banquinho, no meio das pernas do condutor e isto aconteceu em várias locomoções, felizmente sem qualquer tipo de acidente...
Pretendemos, possivelmente amanhã encerrar nossas sucintas lembranças. A vida em si não deixa de ser um aprendizado, em que nossas vivências fazem parte do “burilamento” de nossas almas. 17h97min.
Curitiba, 26 de março de 2021 – Reflexões do Cotidiano – Saul
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