CRIANÇAS E FILMES

Após assistir uma grande produção de um filme tem-se dois pensamentos, na cabeça de um sujeito de sorte. Pensas na mudança do mundo que quer propor visando o contexto do filme, se é degradante ou honroso; e na mudança em si mesmo, carregando assim aforismos e cenas que mais compactuam em nossos corações.

Claro que, para o sujeito de azar vem perguntas após assistir. Como o filme que me faz relatar aqui tal experiência relacionava crianças, a pergunta de minha companhia no filme (da qual não digo nome, não por falta de respeito com a pessoa mas pela intimidade) - foi rápida e certeira, usando o enunciado criança.

Perguntado: "O que você mudaria no mundo" sem presidência ou solidariedade espontânea. Minha resposta foi clara, delicada e pertinente aos minutos do filme. Que toda criança tivesse um pai e uma mãe, ambos saudáveis, ambos que tivessem também pai e mãe... e assim sucessivamente atemporal. Que acordando com o canto do galo, a mãe vá logo a cozinha, ao fogão preparar café, pães, leite e ensinando a acordar cedo. O pai, levanta em seguida e investiga o quarto, se a criança teve ou não noite tranquila, que o pai e mãe vivesse integralmente à criança, deixando fofocas, receitas e jornais para outros momentos. Desejaria todos os dias que eles ensinassem coisas novas, todos os dias para a criança, essa sendo saudável ou não, mas sendo amada. Nunca entendi bem a situação que responsáveis fazem aos seus quando ouvem choro "Para de chorar".

Não seria melhor entender o choro ao invés de reprimi-lo. Pegar no colo, ouvir, ler, cantar... passear! Faria um trato com Deus se pudesse, curaria meus vícios se cada criança sonharia esse sonho comigo, com os pais juntos; pais saudáveis, sem vícios também, e que durassem uns 80 anos, mesmo mancando. Não seria muito mais resolvidos os filhos dessa criança se assim meu desejo fosse ouvido - eu poderia até redigir esse projeto, intitularia família. Calma, sabemos há tempos que mais de um dentro de um ambiente "familiar" é família, bom seria saudável. Graças aos bons diretores que temos filmes, e aos artistas que temos arte. Sem isso não sonhávamos, e nem perguntas bobas dessa existiria, e pessoas bobas como eu responderia.