ONTEM.

Quero dizer: Começo essa crônica falando de anteontem. eu estava lavando umas panelas em casa e ouvi e identifiquei o canto de um pica-pau. Rapidamente sai na quintal pra ver onde ele estava e lá estava, no telhado do vizinho. Chamei a patroa para ver da janela do quarto e ela ainda viu antes do danado voar para quem sabe quando, tornar a dar o ar da graça. Pica-paus por cá são raros, embora a Lagoa da Pampulha, ali perto, seja um viveiro a céu aberto. Mas a visita valeu.

Agora sim, ontem. Estamos preparando uma casa para onde pretendemos mudar e limpando poeiras me chamou a atenção o canto de uma rolinha fogo-pagô. Parei e fui até um abacateiro localizado na rua com sua parte mais frondosa pendendo para o lado do vizinho e pensei: O ninho dessa rolinha é nesse abacateiro. Procurei por todo lado e nada só vinha até mim mesmo seu canto que por sinal já era bem encantador. Eu sabia que teria dois novos vizinho, ela e uma curruíra. A Maria branquinha e os pardais não contam pois estão em toda parte.

Vou arrumar um cachorro, um vira-lata mesmo porque esses é que são os que gostam de uma casa e se deixar, voltam sempre mas moram mesmo é na rua, hehe. Eu tive um há anos chamado Bubi, que ficava o dia todo na vielas e voltava quando a barriga roncava. Comia, tirava um cochilo e sumia de novo pra sua vadiagem, isso porque a casa que morei era toda aberta. Só que esse que eu arrumar vai ficar quieto em casa porque lá passam muitos automóveis e ele pode correr riscos. Os latidos dele certamente irão cortar o silêncio da rua que inicia quando o sol em crepúsculo começa a desaparecer dando vez à lua. Ontem eu percebi que na frente da casa, o sol despedia-se sem pressa mas a lua minguante já apertava ele para cair fora dando a entender que dali por diante seria com ela a iluminação da terra. E não é que foi só o sol abandonar o céu a lua já fez tudo ficar clarinho por ali por volta de umas sete da noite? Maravilha. Aposto que ela vai volta hoje.