Quem não erra que atire a primeira pedra.

Uma pessoa pode errar sem intenção de erro. Antes de condená-la devemos avisá-la dele para só então decidirmos se denunciamos ou não dada a sua mudança de comportamento e correção do erro ou o contrário disso. A menos que seja um erro hediondo, devemos sempre nos lembrar que por detrás das empresas e máquinas sempre existe uma pessoa, logo a não condenação se estende a CNPJ também, não apenas a CPF. Devemos ser mais advogados de defesa do que promotores, pensando que noutro dia poderíamos ser, nós mesmos, os réus.

Se um jovem entra no mundo das drogas ou suicida-se, a culpa é dos pais que não vigiaram, "Tem que ficar atentos...".

Se alguém bate o carro, aparecem inúmeros peritos de trânsito, geralmente acusando quem bateu. "Ele está errado. Bateu porque..."

Um jornal comete uma imprudência, e ao invés de avisar à Edição do jornal. Procura-se logo onde fazer a denúncia primeiro. "O Código de Ética do Jornalismo não permite."

Enfim, é muita gente de toga e martelo na mão. Juízes disfarçados, prontos para bater o martelo e dar a sentença, geralmente de condenação.

Situações não faltam. No entanto, o ser humano deveria lembrar-se de que é de barro, e que também possui a fragilidade daquele vaso que se apresenta trincado em sua frente. Deveria recorrer mais ao amor, à mansidão ao perdão. Deveria ver em si mesmo a fragilidade do outro. Tentar ajudá-lo a restaurar-se. O coração de quem perdeu um filho já se encontra destroçado demais, não precisa ser reduzido a pó.

Um motorista, e não o carro, já está nervoso demais, vexado, pressão arterial elevada. Quem sabe se sua " desatenção" já não é resultado de uma dor emocional ou física mesmo?

Quem sabe?

Com certeza a multidão que acusa não sabe muita coisa, deixa-se enganar pelo que os olhos vêem e os ouvidos ouvem, quando na verdade, já na Bíblia encontramos que aquilo que vemos não é feito do que é aparente.