As várias faces de uma máscara
Bem cedo ao sair de casa, já atrasada para trabalhar, abro o portão e avisto a vizinha que me cumprimenta educadamente . Olha para o meu rosto como se quisesse me dizer algo e logo entendo que esqueci de colocar a máscara de proteção, item essencial e obrigatório nos dias de hoje.
Retorno apressada, entro em meu quarto, abro a gaveta da cômoda e me deparo com dezenas delas, coloridas, estampadas, de estilos e modelos diferentes. Escolho a máscara da empresa onde trabalho e retorno minha caminhada. Encontro com muitas pessoas pelo caminho, a maioria delas devidamente “mascaradas” e passo a observar a variedade e criatividade.
Tento imaginar as características de quem está por trás de cada uma delas e até o perfil e o estilo da pessoa de acordo com a escolha do acessório.
De dentro do ônibus, o motorista acena para mim, mas não consigo identificá-lo.Ele está com uma máscara do “Coringa”.
Um morador em situação de rua usa uma máscara cirúrgica tão desgastada que certamente não faria diferença se estivesse sem ela.
E assim sigo meu caminho, observo cada pessoa que passa por mim e a maioria delas reconheço rapidamente. Tenho o hábito de olhar nos olhos e assim identifico as pessoas conhecidas. Percebo que uma das grandes vantagens do uso da máscara é a necessidade de olhar nos olhos. Como esta atitude é tão delicada e difícil para determinadas pessoas...Reconhecer através dos olhos!
Chego ao trabalho, “os mascarados”, meus colegas, estão com o mesmo “uniforme facial” que o meu.
Hoje, a máscara tornou-se sinônimo de proteção, cuidado, respeito... a si e ao próximo.
Atrás de cada uma delas consegue-se, algumas vezes, disfarçar sentimentos e emoções.
Acredito que muitas pessoas estão sentindo tão bem ao usá-las, que até já sentem um certo aperto no coração ao imaginar um desuso futuro.
Chego a conclusão que a máscara sempre fez parte do nosso cotidiano. Nos antigos festivais, carnavais, teatros, as pessoas se mascaravam para não serem reconhecidas e assim extravasarem todo o seu talento, alegria e até mesmo a falta de pudor sem serem reconhecidas.
Mas... na maioria das vezes a máscara não é um adereço, uma proteção, algo concreto. Vejo pessoas que usam máscaras emocionais (invisíveis a olho nu) para disfarçarem angústias, tristezas, medos, maldades, para distorcerem a personalidade, serem dominantes, dominados e aceitos nos diversos grupos sociais.
Muitos utilizam tanto este artifício, que já não se reconhecem ao olharem no espelho; são reféns; precisam usar suas máscaras emocionais por segurança, proteção à rejeição, ao preconceito, ao abandono ou simplesmente por não se aceitarem como são e assim comunicam emoções e expressam sentimentos vazios.
Feliz aquele que está pronto para arrancar a máscara e olhar-se no espelho.
Citando, Victor Hugo:
“Arrancar a máscara, que livramento!”
Bem cedo ao sair de casa, já atrasada para trabalhar, abro o portão e avisto a vizinha que me cumprimenta educadamente . Olha para o meu rosto como se quisesse me dizer algo e logo entendo que esqueci de colocar a máscara de proteção, item essencial e obrigatório nos dias de hoje.
Retorno apressada, entro em meu quarto, abro a gaveta da cômoda e me deparo com dezenas delas, coloridas, estampadas, de estilos e modelos diferentes. Escolho a máscara da empresa onde trabalho e retorno minha caminhada. Encontro com muitas pessoas pelo caminho, a maioria delas devidamente “mascaradas” e passo a observar a variedade e criatividade.
Tento imaginar as características de quem está por trás de cada uma delas e até o perfil e o estilo da pessoa de acordo com a escolha do acessório.
De dentro do ônibus, o motorista acena para mim, mas não consigo identificá-lo.Ele está com uma máscara do “Coringa”.
Um morador em situação de rua usa uma máscara cirúrgica tão desgastada que certamente não faria diferença se estivesse sem ela.
E assim sigo meu caminho, observo cada pessoa que passa por mim e a maioria delas reconheço rapidamente. Tenho o hábito de olhar nos olhos e assim identifico as pessoas conhecidas. Percebo que uma das grandes vantagens do uso da máscara é a necessidade de olhar nos olhos. Como esta atitude é tão delicada e difícil para determinadas pessoas...Reconhecer através dos olhos!
Chego ao trabalho, “os mascarados”, meus colegas, estão com o mesmo “uniforme facial” que o meu.
Hoje, a máscara tornou-se sinônimo de proteção, cuidado, respeito... a si e ao próximo.
Atrás de cada uma delas consegue-se, algumas vezes, disfarçar sentimentos e emoções.
Acredito que muitas pessoas estão sentindo tão bem ao usá-las, que até já sentem um certo aperto no coração ao imaginar um desuso futuro.
Chego a conclusão que a máscara sempre fez parte do nosso cotidiano. Nos antigos festivais, carnavais, teatros, as pessoas se mascaravam para não serem reconhecidas e assim extravasarem todo o seu talento, alegria e até mesmo a falta de pudor sem serem reconhecidas.
Mas... na maioria das vezes a máscara não é um adereço, uma proteção, algo concreto. Vejo pessoas que usam máscaras emocionais (invisíveis a olho nu) para disfarçarem angústias, tristezas, medos, maldades, para distorcerem a personalidade, serem dominantes, dominados e aceitos nos diversos grupos sociais.
Muitos utilizam tanto este artifício, que já não se reconhecem ao olharem no espelho; são reféns; precisam usar suas máscaras emocionais por segurança, proteção à rejeição, ao preconceito, ao abandono ou simplesmente por não se aceitarem como são e assim comunicam emoções e expressam sentimentos vazios.
Feliz aquele que está pronto para arrancar a máscara e olhar-se no espelho.
Citando, Victor Hugo:
“Arrancar a máscara, que livramento!”