Meu pai, painho...
Meu pai, painho...
Como não lembrar do seu jeito? Como esquecer a sua presença? O adeus ainda está muito presente e apenas a sua lembrança movimenta o vazio que a vida se tornou. As lágrimas caem e um gemido calado grita como um desabafo.
Como viver a vida sem a sua vida? Como aceitar o prejuízo da perda? O céu perdeu a cor e foi pintado com as cores da despedida. Meu sorriso mostra apenas vestígios de alegria, onde outrora, era compartilhado com gargalhadas frívolas. A vida perde sempre e o placar aponta a derrota para o tempo.
Como entender tudo isso? Como seguir sem ter caminho? Os meus passos eram acompanhados de longe, seu olhar vigiava minha trajetória. Hoje, estou no deserto de mim mesmo, sem destino e seguindo por seguir. Talvez, quem sabe, ainda lhe abrace e diga: meu pai, painho...