Dialogando entre incertezas
Por que um Deus que tanto amou desprezaria o meu amor?
Basta!
O ego social que enaltece um homem e uma mulher como único modelo de família é o mesmo que ajudou Judas a trair o filho do Criador.
Deus em sua vasta misericórdia vem perdoando aos homens desde o princípio. Engolindo os pecados de sua própria obra. Insistindo em acreditar e provar para si que aquele projeto era bom. “viu que o que tinha feito era bom”. O que deu errado? Deus existiu do pecado de quem? O universo conversou entre átomos e o nada e decidiram eleger alguém para administrar a criação do tudo. Delegando nomes e tarefas para cada criatura.
E, sendo tudo feito em seis dias, quis Deus tirar uma folga no eleito dia de sábado. Sabadou e tudo era bom.
Mas como sempre, algo faltava. E fez Deus o homem a sua imagem e semelhança, algo que foi mudando conforme a imagem obedecia à outra imagem (talvez a primeira criação ou as vestes de Deus) intitulada Lúcifer (que queria ser Deus e não apenas as vestes).
O arrependimento surge pós-traição. E o caos se estabelece. Ocorrendo infortúnios atrás de desastres. O mundo se multiplica sem explicação. Um mundo de origens corrutíveis e tradições palpáveis. E com a autoridade de Deus e sem temor algum no coração, o homem assina que os desejos pessoais podem sim ser a vontade do Pai. E matam. Julgam saem do caminho da salvação, por que tudo nos é permitido.
No braço, uma versão bíblica e no peito um deus que aniquilara aqueles que mudaram um ponto ou uma vírgula da palavra do Pai. E que deixara impune (entre linhas) as vontades individuais. Se eu julgo, dizendo que estou ajudando. Apontando a trave dos olhos dos outros e esquecendo a minha. A palavra foi modificada por quem?!
Somos seres incertos. Capazes, apenas de causar mais desordem e impor textos específicos para amedrontar grupos. Ofuscar a realidade. Sentir-se amigo intimo de Deus. Sem calcular seus próprios atos.
Somos involuntários e capazes de tudo isso. Somos capazes de em meio a esse caos, encontrar alguém para amar. Sem necessidade de aceitações. Uma vez que o Criador deixou o livre arbítrio, que é tão mal usado. Todavia, só acrescentam o erro dessa liberdade quando se apresenta no outro.
Se Deus viu que tudo era bom, onde estava o pecado? Enxergou tudo tão perfeito que não notou isso. E é nessa hora que confirmamos a nossa imagem e semelhança. Quando estamos enérgicos não enxergamos o que falta. Acreditamos que tudo está perfeito. A ansiedade vem desde o principio? Era Deus um ser criador de expectativas? Teve Deus um belo descanso e logo em seguida uma terrível traição? Esperava deus que o homem feito do barro fosse mais forte que suas vestes? Quem criou as vestes de Deus? Quem criou o mal?
Nenhuma versão bíblica explicara isso. Talvez venha algum profeta e bata a sua porta e lhe de mil formas de entender tudo isso. Ou lhe ofereça o céu. Talvez diga ser mais um amigo intimo de Deus. E você vai aceitar. Porque é impossível não se deixar seduzir pelo jardim do éden. Te limitarão em nome de Deus. Te levarão para estruturas tal qual babilônia para exaltarem um deus punitivo. Ou um deus que passa a mão-na-cabeça e ta tudo bem.
Muitas coisas foram e serão feitas em nome do Pai.
Muito está por vir.
Mas dizem que o fim está próximo e que devemos nos converter. Sim. Devemos. É a única opção. Voltarmos-nos para a leitura sobre o bem. Localizar onde estava o pecado quando exclamou Deus que tudo era bom. Não é uma tarefa fácil. Anos de caos. Anos de crucificação. Anos comendo um fruto impróprio.
E após tanto, é preciso acreditar num Deus que é libertador. Que ama e que apoia nossa forma de amar, desde que hajamos de maneira benevolente. Porque o amor é terapêutico até o momento que o utilizamos como desculpa.
E acreditar num Deus que prefere ignorar o pecado e enxergar apenas o pecador. Para que, sobretudo, possa existir o perdão. Porque toda razão da existência é aprender a conviver com o fruto desejado e não pega-lo. Era a única interjeição. O homem pecou/peca ao obedecer outra criação e não ao criador.
Deus nos abençoe e nos livre de nós mesmos. Shalom!