QUEM [ALÉM DOS MORTOS] VAI PAGAR A CONTA?
Será que a parte mais cara da fatura restará debitada mesmo apenas na conta dos mortos e daqueles para quem suas vidas, de fato, eram valiosas?
Claudio Chaves
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ENQUANTO a maioria da população, especialmente a parte sempre mais afetada em qualquer situação (os mais empobrecidos) se empenha, quase diuturnamente, a defender o governante de sua predileção e criminalizar seus desafetos, milhares de famílias seguem, diariamente, enterrando seus mortos, mais trabalhadores perdendo seu meio de sobrevivência, e a miséria se alastrando em proporção igual ou até superior a do vírus.
DIANTE desse cenário dantesco, perguntas que surgiram no início da pandemia no Brasil continuam a espera de respostas, e a estas se somam novos questionamentos que surgem a cada dia.
EXISTE tratamento precoce e/ou prevenção medicamentosa (além das vacinas)?
SE SIM, quem e por qual razão está impedindo sua execução e eficácia?
SE O VÍRUS pode ser contido com antiparasitários, anti-inflamatórios e suplementos vitamínicos e minerais que podem ser facilmente adquiridos e por baixo custo, por que centenas de pessoas (pra falar apenas das mais esclarecidas e abastadas) com os melhores planos de saúde e que são acompanhados pelos mais gabaritados médicos das mais sofisticadas redes de saúde do País estão “optando” pela morte ao invés do tratamento precoce? Isso não parece demasiadamente macabro e atordoador?!
POR QUE os “jovens”, antes de sair para “as baladas”, e os adultos, para o trabalho, não tomam essas medicações, e vão, respectivamente, se divertir e trabalhar tranquilamente? Por que “preferem” enfrentar a internação, o tubo e, muitas vezes, a morte? Só para boicotar quem defende o tratamento precoce?!
SE A MANIFESTAÇÃO do vírus é quase personalizada – variando seus efeitos de organismo pra organismo – haveria uma profilaxia medicamentosa tão genérica e eficaz como as que estão sendo receitadas por muitos médicos e gestores públicos?
POR QUE o Governo Federal – que dispõe, dentre outras, das magníficas estruturas das Forças Armadas –, junto com a parte da comunidade médica que, incondicionalmente, sempre o apoiou e continua apoiando, em um ano de declarações genéricas e trocas de acusações, não isolou, por exemplo, determinado contingente da população (já que voluntários não faltariam) e fez todos os procedimentos científicos comprobatórios da eficácia dessa estratégia tão visceralmente defendida por ele e seus apoiadores, colocando um ponto final na insistência dos contestadores e livrando o País dessa tragédia imensurável e previsível?
POR QUE, no mesmo período em que dezenas de laboratórios, em parceria com universidades, aprovaram várias vacinas, o Governo Federal – responsável pela política nacional de Saúde – não usou sua estrutura, popularidade e trânsito político para comprovar (e aprovar), de forma prática e definitiva a eficácia do protocolo que tanto defende? Por que, desde que se “constatou a eficácia dessa estratégia”, o Governo não passou a fazer campanhas publicitárias oficiais para que a população se “imunize” através do “tratamento precoce”?
POR OUTRO lado, se todo o sensacionalismo feito pelo Presidente da República e seus apoiadores em torno desse tão questionado protocolo não passa de tática rasteira para se eximirem de suas responsabilidades e expor ao ridículo adversários políticos – mesmo ao custo de milhares de vidas humanas – quem será responsabilizado por essa “carnificina”?
E OS ÓRGÃOS de fiscalização e controle, o que têm a nos dizer? Afinal, qual a posição oficial, por exemplo, do Conselho Federal de Medicina e da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)? Quais as resoluções oficiais dessas instituições a respeito? Quais médicos estariam trabalhando a favor, e quais estariam contra a saúde pública? E por quê? Quais (e de quem) interesses estariam defendendo?
PELO que se percebe, médicos que estão receitando o tratamento precoce poderão responder pelos danos causados por sua ineficácia; da mesma forma, muitos provavelmente o serão – e, em grande medida, já estão sendo – responsabilizados (pelo menos moralmente) por se recusarem a prescrevê-lo, além daqueles que transferiram a responsabilidade da decisão para os pacientes. Quem vai responder por tudo isso?
E SE NÃO há comprovação científica de eficácia do que governantes (que não são ou não estão na função de técnicos) e muitos da comunidade médica estão indicando – e, consequentemente, induzindo à população a erro e, em muitos casos, à morte –, por que o silêncio da comunidade científica? Por que não acionou, em todo esse tempo, as instituições que podem por um fim nessa celeuma: Congresso Nacional e Poder Judiciário? Por que, com o apoio da iniciativa privada – a maior interessada na normalização das coisas – essa comunidade não investe em campanhas massivas de esclarecimentos, informação e instrução comportamental da população, orientando-a para o que se sabe até agora que, de fato, funciona nesse contexto?
SERÁ que, por fim, a parte mais cara da fatura restará debitada mesmo apenas na conta dos mortos e daqueles para quem suas vidas, de fato, eram valiosas?