QUARESMA. MEDITAÇÃO. SOFRIMENTO.
Estamos nos tempos da lembrança de morrer por amor à humanidade. Esse é o desfecho da destinação do Deus feito homem, Jesus.
Meditar sobre o sofrimento de Jesus no deserto, se dirige ao lado humano que Jesus incorporou, para se expor como nós, desenho do sofrimento das agruras terrenas, como o temor à traição e seus consectários aflitivos da alma.
O Apóstolo São Tiago aconselha:
“Resisti ao demônio, e ele fugirá de vós” – Resistite diabolo, et fugiet a vobis (Tg 4, 7)
«O homem não vive somente de pão, responde Jesus Cristo; uma palavra da boca de Deus basta para o fazer viver. Eu dei ao Senhor a minha vida, as minhas forças, a minha saúde: é sua pertença, dela cuidará; entrego-me à sua Providencia»
Uma lição sem dobras ou fragmentos, para que seja confirmada com o Seu exemplo. Vive quarenta dias no deserto em um lugar inculto, exposto em um monte à intempérie; ali jejua durante todo este tempo, sem comer nem beber; ali vela uma grande parte das noites; e quando se deita, é sobre as pedras ou sobre a terra nua. Ele não quer dizer-nos com isto que tratemos o nosso corpo com semelhante rigor, que o prostraria. A saúde é um bem que Ele nos confiou, concedeu, e que nos proíbe que deterioremos com excessos; mas, excetuando esta precaução, veda-nos todo as culminâncias a que nos entregamos ao destaque da sensualidade no modo de viver, aos faustos da mesa, também no vestir e na habitação. Estar sempre bem, como Deus indica para nos posicionarmos, e ecoar de forma sonante aos tempos com São Francisco de Sales:
«Eu nunca me acho melhor que quando não estou bem»; achado da humildade.
Em assertiva forte, a exemplo de São Paulo, que não se castigue nosso corpo, escravizando-o, mesmo para expiarmos nossos pecados, e evitarmos repetências, ainda que para aplacarmos a ira de Deus contra os pecadores.
Deus nos quer felizes; nenhum pai pretende ou almeja que seu filho sofra.
O demônio transportou Jesus Cristo ao pináculo do templo, para que todos O vissem. E exortou, tentando, pura tentação, que se lançasse dele abaixo, a fim de que caindo sem se ferir, isso Lhe cause uma vã complacência. Jesus Cristo afastou a tentação, tornou-se invisível a todo o povo e volta de "motu proprio" à Sua meditada solidão.
Ensina a repelir a vã-glória. Ao invés de sermos vistos devemos nos recolher, a não ser para servir ao próximo e nos mostrarmos por necessidade, movidos pela fé, ficando longe à estima e ao louvor, restando retirados e desconhecidos.
Meditar nessa solidão de Jesus, antes de se entregar ao martírio.
Repelir a tentação da presunção, se pensando digno de ser honrado, mais honrado que a honradez, mas capaz de suportar a honra sem se perder pela soberba.
Entremos ainda aqui dentro em nós, e examinemos se temos assim procedido. É tempo de meditação. Quaresma.