Não há nada mais essencial que a vida* (17/03/2020)
Os países que promoveram soluções paliativas, como a aquisição de medicamentos sem comprovação de eficácia, e que demoraram a decidir pela compra da vacina, perderam a prioridade no mercado mundial e, agora, estão vendo as suas populações sofrerem cada vez mais baixas. No Brasil, por exemplo, o número de mortes é quase 300 mil. Essa distribuição desigual das doses é perigosa, pois tornam os resultados catastróficos não só para a saúde, mas também para a economia. Quanto mais vacinas, menos mortes. É uma solução matemática. E se nada for resolvido, o vírus vai continuar a sofrer mutações, tornar os imunizantes atuais menos eficazes e produzir consequências econômicas, políticas e morais devastadoras. Numa pandemia, a miséria, a fome, o desemprego... São fatores de extrema urgência, sim, mas que são agravados ou atenuados, conforme as decisões político-administrativas. Se o governo brasileiro tivesse assumido o risco, quem sabe não estaríamos em melhor situação? Mas, não, ao invés disso preferiu enveredar pelo jogo de interesses políticos, usando a desqualificação da ciência como fachada. No entanto, esse mesmo governo negacionista é o único que ainda pode gerenciar essa crise, respondendo aos problemas de saúde pública e minimizando os impactos econômicos surgidos em decorrência da pandemia. Uma coisa leva a outra, mas são pautas diferentes. Tudo é importante. Porém, não há nada mais essencial que a vida.