O despontar da felicidade

O dia estava nebuloso, o lugar não inspirava um aconchego,

uma maneira de fazer qualquer criança que residia ali sentir-se livre,

confiante, até mesmo feliz, aquela felicidade de que toda criança sente

até entre nós adultos, um simples sorriso, bastaria para ser feliz

bastaria pouca coisa, a felicidade plena, às vezes está na simplicidade...

naquela favela tinha alguma coisa de terrível, o mal estaria ali?

Mas a história começou assim:

Ronaldi, garoto esperto, com mais de 12 anos, já conhecia o seu beco quase de ponta a ponta, uma favela, e das grandes. O garoto observava o vai e vem de pessoas, vielas apertadas, quase mal dava para a passagem de um carro, do seu barraco, vivia sempre atento, de vez em quando acostumava fazer esta observação, já que residia bem no alto, caramba, quantas pessoas, cada uma com suas diferenças, não existe nem uma igual no mundo, comentava-se consigo mesmo em seus pensamentos, que remoía sem cessar, quantas crianças como ele sem noção de como vai ser o futuro, conseguiria ele atingir a idade adulta? Se não tiver um emprego decente, teria que apelar pelo lado errado, poderia lhe render muito? Não nem pensar, terei que ganhar o meu pão de cada dia honestamente, minha mãe vive me pregando isso.

Os pensamentos do garoto continuavam ávidos de respostas, podia estudar para conseguir emprego com mais facilidade, mas muitos conhecidos seus conseguiram concluir os estudos e alegam muitas dificuldades justamente na área do trabalho! E muitos dos semianalfabetos tem suas facilidades, é lógico uma grande maioria por causa da droga, por exemplo aquele que é o responsável pelo comércio ilegal dali, vive maravilhosamente bem, e não é “mau”, pois até faz caridade a várias pessoas, sextas básicas, até ajuda financeira. Eu queria um dia também poder ajudar as pessoas, conheço também o padre que vive na sua igreja, pelo que sei às vezes passa dificuldades, principalmente as financeiras, o garoto fez uma comparação destas duas pessoas, parando seus pensamentos no padre ele analisou o seguinte:

-- um dia aconteceu uma tragédia na vida de uma senhora, seu único filho foi assassinado, segundo ela a vida não tinha mais sentido, o desespero era tanto que pensava não resistir tamanho sofrimento, ela conseguiu superar, mas não sozinha, o padre deu toda a assistência à ela, afirma que foi a melhor ajuda de toda a sua vida

Mas o garoto presenciando tanta pobreza, faz uma afirmação bombástica para a mãe:

--- mãe, o mundo é dos espertos, sempre para conseguir sobrevivermos teremos que passar por cima do outro, dizem que para que existam poucas pessoas felizes, às vezes, teriam que haver imensidões de infelizes!...

A mãe atenta, presenciando o mal que por pouco apoderaria de seu filho, lhe responde:

--- filho, posso garantir que esses que passaram por cima dos outros para serem felizes, jamais conseguiram, sentiram uma felicidade falsa, porque o ser humano só poderá ter a felicidade plena, se ele até mesmo esquecer de si próprio para ajudar o outro.

Seria a minha infelicidade, meu filho, se um dia souber que você mesmo conseguindo riquezas imensas, teve que prejudicar qualquer ser humano.

Naquele instante, naquela favela, parecia que despontava a felicidade, parecia que havia uma luminosidade intensa, belíssima, porque aquela mãe não permitiu que começasse ali um terrível ser do mal.