Ser ela flor nela

O querer ser de Deus era ela. Chamava-se Carinha e era linda e feminil. E se casara aos vinte e dois anos e era virgem e virginiana. E teve dois filhos e uma filha ao lado de Jacinto homem bom, correto, nobre e reto. O primeiro filho veio aos vinte e três e de nome Eustáquio, o segundo veio aos vinte e quatro e de nome Sereno e já o terceiro e último filho veio aos e vinte e sete e nome Felicidade. E amava na cama o marido como fosse de grande magnitude. Carinha fez concurso público e passou em terceira colocada no concurso bancário e judiciário. E começou a trabalhar tanto de dia quanto de tarde e era feliz assim. E o marido foi concursado também assim como ela. Os três filhos também foram concursados públicos desde banco, correio e judiciário. Eustáquio fora psicólogo, Sereno fora administrador e Felicidade fora pedagoga e cientista. Jacinto fora um bom médico e atendia de graça todos os últimos sábados de cada mês. E Carinha comprou com o salário dela e do esposo uma casa parcelada em quinze anos decorrentes. Comprou para ela um carro usado e uma moto usada. A cada filho fora dado um presente de aniversário como uma bicicleta, um patins e um skate. E os três filhos passeavam pela cidade e pela rua com seus corações. E os cinco passeavam perto de uma mansão onde um mordomo subia e descia as escadas de cada lugar apenas com um castiçal com sete luzes em velas. Era estranho mas era divertido ver aquele homem subir e descer sem parar na escada todos os finais de tarde e os domingos. E cada ser se contagiava com aquele cara sério e que fez isso por vinte e três anos. Não se soube o que aconteceu ao mordomo. E um dia colocou-se uma faixa preta na frente da mansão e foi-se assim dois anos. Até que outro homem começou a fazer o mesmo trabalho de subir e descer as escadas da mansão e foi-se assim por mais quarenta e dois anos. Os cinco uma vez resolveram tirar a dúvida e tocaram a campainha e um homem de roupa vermelha e roupão branco os atendeu. E era o homem do castiçal e falou que este homem era o filho mais novo da família, pois guarnecia o quarto do patrão que vivia doente, não falando o porquê das subidas e descida fechando então a cara na porta dos cinco. E decidiram sair de lá e não se voltar mais por lá. Carinha e Jacinto compraram uma casa ao lado da mansão e os filhos aprovaram a compra. E Carinha levou uma torta de maçã e de banana ao vizinho e este aprovou e se gostou. Começaram uma longa amizade que durariam cinco décadas. O mordomo se chamava de Xavier e o dono de lá Modesto. Modesto era aposentado por si somente e ganhava trinta e oito mil reais. Carinha ganhava como escritora e funcionária pública em torno de vinte mil reais. Jacinto abandonou a carreira pública e foi escritor e musicista de enorme coração, caráter e carinho. Jacinto e Carinha viveram ela até cento e vinte e ele viveu até cento e quinze. E foram enterrados juntos com todo amor e esmero carinho. O sonho maior deles dois era se for feliz e contente.

Gumer Navarro
Enviado por Gumer Navarro em 16/03/2021
Código do texto: T7208231
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