A liberdade com responsabilidade
É velha a discussão sobre a liberdade. A galeria de filósofos que procuraram defini-la conceitualmente são inúmeras. Gosto de uma ditado do filósofo francês Sartre que diz: “o homem só não é livre para não ser livre”. Este filósofo nega qualquer determinismo ou condicionamento que possa nos impedir de ser livre. A tese do filósofo é a seguinte: ou a liberdade é absoluta ou ela não existe. A liberdade, para Sartre, é pensada a partir de nossa capacidade de fazer escolhas. Portanto, estamos “condenados” a ter que fazer escolhas. E não escolher, já é uma escolha. A liberdade aqui, nesta perspectiva, torna-se um “fardo”. Ou seja, o fardo da liberdade está justamente no fato de que temos que escolher entre uma decisão ou outra. Ninguém escapa de ter que fazer escolhas em sua vida. Por isso, para o filósofo, a liberdade está inerentemente relacionada à nossa capacidade de fazer escolhas. E negar isto é um ato de “má-fé”, diz Sartre. A má-fé é quando mentimos para nós mesmo negando que não podemos fazer escolhas. Ao dizer que a liberdade é escolha, o filósofo também chamou à atenção para responsabilidade de nossas escolhas. Então a liberdade significa também responsabilidade. Por que a liberdade também significa responsabilidade? Porque as escolhas que fazemos afeta as nossas vidas e de outras pessoas. Liberdade, escolha e responsabilidade são valores de um mesmo sistema moral filosófico que pensou de maneira positiva a liberdade. Esta moral de liberdade do filósofo está muito distante da moral de liberdade egoístas de nosso época. Nos dias de hoje prevalece uma moral de liberdade individualista de característica egoísta, no entanto, isso será assunto para uma outra crônica.