O CARPETE, ELA E MEUS SONHOS
Me deito sobre o carpete,
pego um travesseiro e ajeito a cabeça.
fico confortável.
arrisco não querer pensar nela e no quanto ela já me maltratou.
ela é boa também, mas, só às vezes.
eu gosto dela e sou apegado.
eu a amo, esta é a verdade!
o carpete tem poeira e isso me deixa desconsertado.
ela já me apresentou coisas que gostei.
ela já me apresentou pessoas que amei e que amo.
também por isso eu a amo.
mas eu não gosto de pensar nela.
pensar nela me faz perder o sono,
perder, por vezes, o sorriso,
e a pouca calma que tenho.
eu sou um homem forte,
eu sou alguém inteligente
para entender qual o dever que ela tem comigo: nenhum.
agora o carpete já está insuportável de descansar.
sendo assim, me levanto e vou até a minha cama;
eu me deito e relembro dos beijos dados,
dos abraços dados e dos beijos e abraços que não tive.
as lembranças podem ser boas mas podem ser ruins.
aquela noite em que me decepcionei é inesquecível
e eu faço questão disso.
a tarde triste não me sai da mente
e a manhã nublada não me deixa em paz.
eu acho que vou dormir para tentar sonhar mais uma vez.