NA TERRA DO KAFUNGA
NA TERRA DO KAFUNGA
11mar21
Quem não se lembra do Olavo Leite “KAFUNGA” Bastos, se já passou dos 50 se lembrará, os mais jovens não tiveram a oportunidade de com ele aprender como é possível ser filosofo e futurólogo utilizando a simplicidade do linguajar de quem frequentou a escola da vida.
Dizia ele, como comentarista esportivo da TV ITACOLOMI e da ALTEROSA, que nestes Brasis, no mínimo são dois, “o errado é que é o certo”.
Nada mais profético para os dias em que vivemos, em nossa constituição encontramos páginas de frente, de verso, de anverso e de inverso, e aqueles que dela deveriam ser os guardiães o fazem, individualmente, com o esmero de divulgarem dentro da ignorância monocrática, dizem que duas cabeças pensam melhor que uma, sua interpretação, caolha, de cada lei e artigo ali contido. A caolha é explicada pelo fato de as vezes, quando a lei ou o artigo é lido com o outro olho a interpretação dada já não vale mais, agora é outra.
O crime, comprovado, julgado e sentenciado, pode deixar de ser crime se quem julgou perdeu notoriedade e prestigio, e aí não interessa o lapso de tempo em que isso ocorreu. O ladrão de galinha que rouba um litro de leite no supermercado pode ser preso, quando dá a sorte de sê-lo antes do esquartejamento e dentro do rigor da lei, sem virgulas e só com ponto final. Vamos tirar o sofá da sala que não seremos mais traídos.
Os garantidores da lei e da ordem não veem e não ouvem, só lhes sobraram o tato, pois precisam ser tocados para se mexerem, o olfato que lhes permitem sentir o cheiro podre do esgoto que vaza e o paladar talvez adoçado para não sentirem o gosto amargo de batráquios que lhes descem pela goela.
Os que têm a caneta, incapazes em sua imensa maioria, escolhidos por seus iguais, nem que para isto as bolas da sacola sejam aquecidas para que o interesse de alguns sobreponha a vontade de outros, que por isso, talvez, já tenham desistido de suas vontades, e possam dizer em altos brados: BINGO.
Cito outro filosofo mais aceito como tal do que o nosso velho KAFA, que me foi citado por uma pessoa muito querida dentro de um grupo de irmãos de vida aos quais não vejo há mais de um ano, o que faz azedar meus dias, que aqui transcrevo: “ Em dias como estos, conviene releer Voltaire: “La politica es el caminho para que los hombres sin princípios puedan dirigir a los hombres sin memoria””.
Meus caros compatriotas, estas mal traçadas linhas, se hoje o Kafunga cá estivesse e a ele fosse pautado o comentário sobre elas talvez dissesse: É meus amigos a coisa tá feia, não dá para entender a não marcação do impedimento que anularia o gol. Se o jogador que vinha pela esquerda estava à frente e o bandeirinha que também corria pela faixa da esquerda tinha clara visão de que o lateral direito do adversário estava atrás da sua linha e era o último homem da defesa, por que o juiz confirmou o gol e o VAR não foi capaz de intervir na hora certa? ”
E assim caminha a humanidade nesta terrinha de meu Deus.
Geraldo Cerqueira