Lula e a justiça brasileira
Quando argumentávamos para as pessoas que a ação penal contra Lula estava sendo julgada em foro errado e que nunca Moro poderia ter condenado o ex-presidente, nos chamavam de militante, fanático. Quando, na verdade só queríamos dizer que a Lava Jato usava a perseguição política, como plataforma de suposto combate a corrupção.
Não éramos vozes sozinhas no deserto, Reinaldo Azevedo, então crítico ferrenho do, PT e da esquerda, sempre disse que os julgamentos e condenações do Lula eram uma fraude processual e que nem o mérito do caso estava correto, pois não existia provas que imputassem algum crime que o ligasse, a Petrobrás.
Mas o objetivo claro era tirar Luís Inácio das eleições de 2018, e quando a ONU interviu dizendo que o petista tinha direito de participar da disputa presidencial, todos e até o Supremo Tribunal Federal, não seguiu a ordem das Nações Unidas, mesmo o Brasil sendo signatário de acordos internacionais.
A Vaza Jato mostrou como funcionava nos bastidores a República de Curitiba, como eram as ligações entre procuradores e juiz, com o desejo único de pegar Lula. Deltan Dalaghol, conhecido pelo Power Point fez um alarde, todo e Moro virou um falso herói, da elite e do gado de extrema-direita.
Mas Lula que ficou mais de 500 dias, preso não desistiu e sempre falou ir desmascarar esses falsos paladinos da justiça. Enquanto esteve preso na Polícia Federal em Curitiba (PR), recebeu visitas ilustres, do então candidato e hoje presidente da Argentina, Alberto Fernandes, Kristina Kristen, prêmio nível de literatura, Perez Esquivel, Pepe Mujica, Monja Cohen, cineasta premiado, Oliver Stone.
A Petra Costa, fez um documentário, indicado ao Oscar, Democracia em Vertigem, que mostra como o Brasil, se tornou uma pária mundial, desde as manifestações por 0,20 centavos em 2013, até o Golpe que derrubou a Dilma e a ascensão do fascismo com as eleições de 2018.
A Lava Jato quis ser justiça acima de tudo, e de todos. Quis combater a corrupção e com isso quebrou as empresas da construção civil à indústria naval e entregou de bandeja o pré sal, as multinacionais. Esse é o saldo dessa operação. Pois, os maiores corruptos fizeram delações e ficaram livres com seus dinheiros desviados.
A decisão de Fachin, não pode parar de maneira nenhuma o julgamento da suspeição de Sérgio Moro, é preciso seguir em diante e desmascarar os métodos espúrios dessa operação