O QUE VOCÊ ANDA FAZENDO PARA COMBATÊ-LA?

Já há muito tempo o nosso povo (o brasileiro, evidentemente) vive seduzido pelo teor saneador e extremamente indutor, oriundo dos discursos proferidos por pessoas supostamente dotadas de reputações ilibadas, que visam, entre outros objetivos, a combater a corrupção em sentido amplo, principalmente em relação àquela parte supostamente corrupta que envolve os personagens da nossa política partidária em atividade.

Atualmente, essa onda saneadora da corrupção em sentido amplo é tão gritante que se você perguntar para o povo se ele acredita que a corrupção é um problema grave no nosso país, a resposta da maioria dos brasileiros para essa pergunta é sim. Todavia, como poderá ser encarada essa situação, quando o povo brasileiro é, simultaneamente, autor e vítima desse problema?

Querendo ou não, o povo já está cansado de ser usado como massa de manobra, motivado por opiniões e/ou ideologias pré-formadas, oportunizadas e “plantadas” pelos dois lados interessados da política partidária (situação e oposição), induzindo-o a fazer passeatas e movimentos de pirotecnia para “defender” a mensagem política dos grupos sob os quais ele está sendo influenciado.

Se por um lado uma parte do povo defende o governante atual, que acredita não ser ele corrupto, por outro lado, a outra parte desacredita na atuação desse mandatário mor e continua gritando aos quatro ventos que a corrupção do “toma lá, dá cá”, no âmbito do seu governo, está caminhando de vento em popa e sem uma previsão de estancamento.

Destarte, se compararmos a corrupção em sentido amplo com uma cebola, onde a parte superficial que pode ser vista por todas as pessoas seja a corrupção sistêmica e na qual os membros da política partidária atuam, em relação àquela parte que só poderá ser vista se essa cebola for cortada, que é a corrupção endêmica, veremos que essa situação é muito complexa para se entender.

A corrupção tida como sistêmica, que é a parte superficial da cebola, ela torna-se mais visível aos olhos do povo porque as mídias jornalísticas falada e escrita fazem questão de noticiá-la, diuturnamente, enquanto a corrupção endêmica, esta dependerá muito do trabalho preventivo a ser feito em prol do combate aos defeitos de caráter de cada ser humano em particular para que ela tome corpo ou não no seio da sociedade como um todo.

Assim, é a corrupção endêmica que alimenta a corrupção sistêmica. Portanto, só existirá o político corrupto e/ou corruptor se o eleitor o permitir, dando o seu voto durante as eleições em que ele participar como candidato. Alguns atos simples praticados pelo cidadão comum poderão combater a corrupção endêmica, por exemplo: Pedir nota fiscal ao fazer sua compra de um par de sapato; evitar subornar quem quer que seja para, deste modo, se safar de pagar uma multa ou deixar de assumir uma responsabilidade pecuniária.

Afinal, para combater a corrupção sistêmica já há alguns mecanismos legais instituídos neste sentido, em que pese a carência de uma  fiscalização eficaz em sentido amplo.

Por fim, em se tratando da ocorrência da corrupção em sentido amplo, a verdade é uma só: para que ela se configure na sua totalidade será necessário a existência de dois polos ilícitos: o corrupto e o corruptor. O primeiro é tão nocivo quanto o segundo e vice-versa.
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 07/03/2021
Reeditado em 07/03/2021
Código do texto: T7200802
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