Histórias do BB
Três meses depois de haver assumido o emprego no Banco da Brasil, na cidade de Traipu, no sertão de Alagoas, no ano de 1980, fui indicado para fazer o curso de "Comunicação e Expressão", no centro de formação da Agência Sete de Setembro em Recife.
E eu, que nada entendia de carreira funcional do Banco, pensei: "será que já estão querendo me dar uma promoção?"
Ao retornar do curso, continuei no mesmo setor de trabalho, a Plataforma, onde se atende o cliente.
Naquele interiorzão do São Francisco, imaginei: "pra que caprichar tanto no português, se vou atender o nosso matuto do sertão?"
Acho que pensei alto e o Gerente-Adjunto, à época responsável pela qualificação do pessoal, disse: "a nossa clientela é a mais diversificada possível: você vai atender o juiz, o promotor, o delegado, o padre, o prefeito, o diretor da escola, o matuto e tantos outros.
Mas, por estar representando uma empresa de âmbito nacional, você precisa fazer bonito."
Depois eu vi que no Bradesco, a pessoa que fazia o meu papel era uma moça, popularmente conhecida como a "Moça Bradesco."
Então, cá com os meus botões, pensei: "não mereci ainda nenhuma promoção."
Logo fui para o setor da Retaguarda, até que me ofereceram o curso da caixa, a partir de quando fui para a Bateria.
Para quem não conhece a estrutura de uma agência do Banco do Brasil, pode estar estranhando os termos Plataforma, Retaguarda e Bateria. Mas, no meu caso, à medida que passava por esses setores era lembrado: "a estrutura do Banco é originária do Exército."
E assim eu vi também que era a disciplina. Não fui militar, mas reconheço que valeu a pena o que aprendi naquela grande instituição financeira durante os 17 anos que ali trabalhei. Tendo já vindo de outra empresa, onde trabalhei 18 anos, pude aposentar-me já aqui em Maceió, onde posso curtir as suas belezas naturais, a partir das caminhadas diárias pela sua belíssima orla.